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Wagner rechaça 'ilação' de que não assinou CPI para defender Rui Costa

Por Fernando Duarte

Wagner rechaça 'ilação' de que não assinou CPI para defender Rui Costa
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

“A ilação fica por conta de cada cabeça”. É assim que o senador Jaques Wagner (PT) responde ao ser questionado sobre as razões para não concordar com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a falta de competência do governo federal em gerir a pandemia. A razão, garante ele, foi evitar que as atenções fiquem dissipadas entre a CPI e o real desafio: “Estou mais a fim de salvar a vida do que procurar culpado”.

 

Em conversa com o Bahia Notícias, Wagner foi enfático ao garantir que não existe motivo para “blindar” o governador Rui Costa, após a ampliação do escopo da CPI permitir que sejam investigadas eventuais malversações de recursos federais. “Estou longe de querer defender Rui, até porque, na minha opinião, Rui não precisa de defesa. As duas compras que aconteceram e que deram problemas nos respiradores, todas as duas já foram judicializadas pelo próprio governo da Bahia e pelo Consórcio Nordeste”, assegurou.

 

A fala é uma resposta à circulação de informações desencontradas, especialmente nos bolsões bolsonaristas, de que o senador não assinou o requerimento de instalação da CPI ou optou por não participar do colegiado apenas para evitar investigar o governo baiano. “Continuo com a minha posição. Acho que a gente devia dedicar nossas energias para conseguir vacina e quando passar a fase mais crítica, poderia instalar a CPI”.

 

CASO DOS RESPIRADORES

Citado com frequências pelas hostes bolsonaristas como o “calo” de Rui Costa, os episódios envolvendo as aquisições de respiradores pelo governo da Bahia e pelo Consórcio Nordeste não evoluíram após o caso “subir” para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por ter relação com governadores, a prerrogativa de foro mudou e interrompeu as investigações em curso, segundo Wagner.

 

O senador apontou que às vésperas de um entendimento para que a empresa responsável por uma das compras devolvesse ao menos R$ 30 milhões da compra não concretizada, a matéria foi remetida à Procuradoria-Geral da República. “Quando foi puxado para Brasília, a Justiça daqui disse não é comigo. Aí liberou. Uma possibilidade de recuperar pelo menos R$ 30 milhões do total caducou”, lamentou o petista.

 

QUEIXA-CRIME

Após ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação, Wagner reforçou as críticas ao chefe do Executivo federal. “Foi ofertado a ele em agosto do ano passado 70 milhões de doses da Pfizer em agosto e ele negou. Ele negou a doença, negou os cuidados, não quis comprar a vacina...”, exemplificou o senador.

 

O petista trata Bolsonaro como “réu confesso”, o que serve como justificativa para discordar da instalação de uma CPI no atual contexto da pandemia. “Eu não sei exatamente o que querem investigar”, ponderou, ao tempo em que reforçou a densidade política dos companheiros de Senado que integram a comissão. “São pessoas preocupadas com a República”, avaliou.

 

Calejado sobre as críticas que recebeu pela situação envolvendo a não assinatura da CPI da Covid-19, Wagner brinca. “Eu apanhei dentro do PT e das hostes do nosso lado por não ter assinado. Não acho que é o melhor momento”, completa, mantendo a mesma posição inicialmente defendida.