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Em livro, Cunha acusa Araújo de cobrar propina para livrá-lo de cassação; baiano nega

Por Bruno Luiz

Em livro, Cunha acusa Araújo de cobrar propina para livrá-lo de cassação; baiano nega
Araújo presidiu conselho no qual tramitava processo | Foto: Alamy Stock Photo

Em livro no qual conta bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, faz uma série de revelações e acusações sobre atores que participaram dos episódios que desaguaram na deposição da petista.

 

Reportagem publicada na edição deste fim de semana da revista Veja mostra que, em um dos trechos da obra, Cunha acusa o ex-deputado federal baiano José Carlos Aráujo, de tentar extorqui-lo. Ele narra que o atual presidente do PL na Bahia pediu R$ 3 milhões para livrá-lo do processo no Conselho de Ética que acabou culminando na cassação do seu mandato. Ao Bahia Notícias, Araújo, na época era presidente do colegiado, nega a acusação.

 

Segundo a revista, Cunha conta no livro que o dirigente estadual do PL o procurou via Sandro Mabel, ex-deputado federal, e propôs o pagamento da quantia. O valor seria usado na campanha à reeleição do baiano, em 2018.

 

Questionado pela reportagem do BN sobre o assunto, Araújo riu e chamou a acusação de fantasiosa. Na visão dele, Cunha busca "sujar a imagem de pessoas que foram seus algozes". "Como eu ia querer alguma coisa, cair na besteira de pedir alguma coisa a ele? R$ 3 milhões é pouco dinheiro pra eu colocar meu nome nisso. Ele quer criar factoide, quer vingança porque eu cassei ele. Só se eu fosse louco de me envolver nisso. Tive 28 anos de Casa, 7 mandatos, nunca tive meu nome envolvido em nada", rebate o presidente estadual do PL.

 

Araújo sustenta também que sua condução do processo no Conselho de Ética mostra que não houve tentativa de extorsão. 

 

"Primeiro ele disse que eu fraudei colocando bolas mais pesadas no sorteio [do relator do processo de cassação]. O sorteio era de papel. Você sorteava três nomes, e era prerrogativa do presidente do Conselho escolher um entre esses três. Um deles era Fausto Pinato, que foi delegado e é advogado. O outro era novo, inexperiente, de primeiro mandato. O terceiro era Zé Geraldo, do PT. Por eliminação, eu não escolhi ele porque o PT estava contra Cunha porque o Cunha queria cassar a Dilma. Com isso, acabei escolhendo o Pinato. No meio do camInho, ele [Cunha] não tava gostando Pinato, fez uma manobra e tirou o Pinato. Houve novo sorteio, e eu escolhi o Marco Rogério, que foi o relator que cassou ele", conta.

 

Sandro Mabel também nega ter sido procurado por Araújo ou ter feito alguma proposta de pagamento de vantagens para salvar Cunha da cassação. "Se você me pede dez nomes de gente honesta na Câmara, o Zé Carlos Araújo está nela. Eu nunca faria nenhum solicitação dessas a ele, até pela relação de amizade e respeito que temos", argumenta.

 

Indagado sobre o porquê foi envolvido pelo ex-presidente da Câmara na história, já que na época dos fatos não era mais deputado, Mabel diz não saber a justificativa. "Eu terminei meu mandato no início de 2015. Em 2016, eu não ia nem mais na Câmara. Ele quer passar no livro honestidade, se defender dos processos que ele responde na Justiça. Ele, com certeza, não estaria na minha lista de pessoas honestas", alfineta.

 

Intitulado "Tchau, Querida - O Diário do Impeachment", o livro de 797 páginas será lançado pela editora Matrix no dia 17 de abril, dia que marca os cinco anos da sessão na Câmara que aprovou a admissibilidade do processo de deposição de Dilma.