Bruno Reis vai insistir para que União autorize compra de vacinas por municípios
Por Jade Coelho
Salvador tem condições de adquirir 300 mil doses de vacina contra a Covid-19, mas não pode fazer a transação porque o governo federal estabeleceu que até imunizar 50% da população brasileira, somente a União pode fazer aquisição de imunizantes. Diante da situação, o prefeito da capital, Bruno Reis (DEM), vai pleitear junto ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a mudança do entendimento.
Bruno solicitou uma audiência com o titular da Saúde em Brasília na semana que vem. Inicialmente o encontro estava previsto para a quarta-feira (17) (leia mais aqui), mas a suspensão de expediente do governo federal nos dias em que aconteceria o Carnaval atrapalhou os planos do gestor (entenda melhor aqui).
“Estou com uma operação, inclusive com o radar já pronto de importação, operação já autorizada pelo Banco do Brasil, a carta de crédito, pra gente só pagar quando a vacina tiver no solo baiano para não correr risco de pagar vacinas e não receber o produto. Essa é uma operação utilizada no comércio exterior”, justificou o democrata nesta sexta-feira (12) à imprensa.
O prefeito soteropolitano aposta no bom relacionamento com a Índia para conseguir viabilizar a aquisição de doses da vacina. Está localizado no país a maior fábrica de vacinas no mundo, o Instituto Serum, onde é produzida o imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pela AstraZeneca/Oxford.
“Cheguei a me reunir com o embaixador da Índia no Brasil. Pra vocês verem como a vida é, a gente trouxe a imagem de Gandhi para a praça da Inglaterra e acabamos criando relação com ele, pedindo ajuda, para que possa autorizar essa operação”, comentou o prefeito.
Ele destacou que o governo brasileiro já garantiu a aquisição de 14 milhões de doses com o país, e que essa operação que Salvador pretende realizar seria diferente e não iria interferir na do governo brasileiro. “O que eu queria era acelerar o processo aqui em Salvador”, justificou.
De acordo com o prefeito, um grupo de trabalho de enfrentamento a Covid-19 na esfera federal adotou essa estratégia de não permitir a negociação por estados, municípios e a iniciativa privada.
Bruno ressaltou que não concorda que o setor privado tenha autorização para negociar e adquirir vacinas contra a Covid-19 neste momento e por isso o pedido que fará a Pazuello é em relação apenas aos estados e municípios.