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Com projetos atrasados pela Covid-19, pós-graduandos querem prorrogação de bolsas

Por Lula Bonfim

Com projetos atrasados pela Covid-19, pós-graduandos querem prorrogação de bolsas
Estudantes entregam abaixo-assinado na Governadoria | Foto: Divulgação / APG

A pandemia da Covid-19, que chegou à Bahia em março de 2020, afetou diversas áreas da vida dos baianos. Assim como diversos trabalhadores informais tiveram que deixar as ruas para cumprir o distanciamento social, estudantes de pós-graduação no estado tiveram suas pesquisas prejudicadas, atrasando suas especializações. Agora, mestrandos e doutorandos buscam a prorrogação de suas bolsas de estudos e também dos prazos para as defesas de seus projetos.

 

A Associação dos Pós-Graduandos (APG-UFBA) tem se movimentado, desde o início da pandemia, para a prorrogação dos prazos. Em uma reunião realizada no dia 25 de maio, através do aplicativo Skype, o diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), Márcio Costa, garantiu ao doutorando Victor Montalvão e ao mestrando Rafael Couto, representantes do grupo de estudantes, que haveria prorrogação das bolsas referentes ao período de maio a dezembro por pelo menos 60 dias.

 

A promessa foi cumprida e, no dia 9 de setembro, a Fapesb confirmou a prorrogação das bolsas por dois meses. Entretanto, àquela altura, quase quatro meses após a reunião, a Covid-19 já mostrava que viria para durar e os pós-graduandos passaram a se preocupar com o ano seguinte. É o caso da estudante Tatiane Aguiar, mestranda em Ecologia no Instituto de Biologia (IBio), da UFBA. Ela finalizaria seu trabalho no primeiro semestre de 2021, mas teve seu projeto atrasado pela pandemia.

 

“Os discentes tiveram o andamento de suas pesquisas prejudicado pelas restrições sociais decorrentes da pandemia, onde todos foram orientados a permanecerem em isolamento, o que impossibilitou qualquer atividade de pesquisa que demandasse coleta de dados ou outro tipo de trabalho que não fosse possível ser executado em home office”, afirmou a mestranda.

 

Tatiane relatou ainda que outras agências de fomento pelo Brasil, como o Capes, apresentaram uma prorrogação maior, de até seis meses, atendendo melhor aos estudantes. “Caso haja uma negativa por parte do estado e as bolsas não sejam prorrogadas, teremos dezenas de pesquisas, teses e dissertações prejudicadas, com grande prejuízo para a pesquisa baiana e nacional”, disse. “Estamos todos meio desesperados”, concluiu.

 

Na tarde do dia 8 de outubro, representantes da APG-UFBA foram à Governadoria do Estado para entregar um abaixo-assinado com o pedido dos estudantes, por uma prorrogação maior do prazo estipulado pela Fapesb, possibilitando a realização dos projetos de pesquisa. O grupo também articulou para pressionar o governador Rui Costa (PT) durante uma live nas redes sociais, através de uma avalanche de comentários.

 

“Quem vai concluir, por exemplo, em janeiro, fevereiro, março ou até junho deste ano, não teve essa prorrogação. Foi dada uma prorrogação muito restrita e não universal para os estudantes de pós-graduação do estado da Bahia, o que não aconteceu com outras agências de fomento espalhadas pelo país. A justificativa é de que estaria sem verbas. Desde então, a gente está mobilizando”, disse Victor Montalvão, representante da APG.

 

Procurada pelo Bahia Notícias, a Fapesb afirmou, através da assessoria de imprensa, que não tem conhecimento da demanda dos estudantes. A fundação de fomento também disse que não foi protocolado nenhum novo pedido, de prorrogação ou mesmo de uma nova reunião, mas que está aberta ao diálogo com os bolsistas, para encontrar o melhor caminho.