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Novo comandante normaliza alta letalidade de negros pela PM-BA: 'Temos mais negros'

Por Bruno Luiz

Novo comandante normaliza alta letalidade de negros pela PM-BA: 'Temos mais negros'
Foto: Alberto Maraux/ SSP-BA

Empossado nesta quarta-feira (13) como novo comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Paulo Coutinho falou sobre o alto número de mortes em ações da corporação e o marcador racial desta letalidade. Questionado sobre o estudo que apontou que 97% dos assassinados pela PM baiana em 2019 são negros (veja aqui), ele negou haver “direcionamento” nas ações dos policiais.

 

“No nosso estado, temos que ver que temos uma prevalência da raça negra. Acredito que a Polícia Militar não direciona sua ação, e, sim, nós encontramos o fato e temos que agir para defender o cidadão”, respondeu, em entrevista coletiva nesta manhã.

 

A fala contraria, no entanto, a avaliação de pesquisadores da Rede de Observatórios da Segurança, responsável pelo estudo  “A cor da violência policial: a bala não erra o alvo”, que mostra como a população negra é o maior alvo da repressão das polícias militares nos estados. Em entrevista ao Bahia Notícias em dezembro, quando o relatório foi publicado, o historiador Dudu Ribeiro, que participou da pesquisa, identificou haver uma “política racial de distribuição de mortes na Bahia” (leia aqui). 

 

A porcentagem de 97% é maior que a proporção de negros na composição racial do estado, que soma 76,5%, segundo dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O comandante também afirmou ser fruto da atividade o fato de a polícia baiana ter sido a terceira que mais matou em 2019. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram 716 assassinados em ações policiais, atrás apenas dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Eu entendo que, na verdade, isso é uma consequência da atividade e de todas as questões de ordem social”, afirmou o coronel. 

 

GESTÃO
Questionado sobre os principais desafios da gestão, o comandante afirmou que o combate ao tráfico de drogas é uma “mazela social”. Ele sinalizou, ainda, que pretende intensificar o trabalho de inteligência e a repressão qualificada de crimes.

 

“Daremos continuidade ao que está dando certo. Teremos notícias alvissareiras em relação a esta situação”, declarou.