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Odebrecht e Gradin assinam acordo e encerram um dos maiores litígios empresariais do país

Odebrecht e Gradin assinam acordo e encerram um dos maiores litígios empresariais do país
Foto: Divulgação

As famílias Odebrecht e Gradin entraram em acordo para pacificar as relações e encerrar a disputa financeira que se espalha por câmaras arbitrais e judiciário. Após uma discussão totalmente privada, foi encerrado um dos maiores litígios empresariais do país.

 

A Odebrecht buscou um acordo para dar fim a briga que já tem uma década e foi insuflada por Marcelo Odebrecht, conforme apurou e publicou a Exame. A empreiteira está em esforço de se liberar de todas as suas pendências.

 

De acordo com a reportagem, os Gradin tinham 20% da holding que controla o grupo Odebrecht, a ODBInv. Quando a disputa corria solta, muito antes de a Operação Lava-Jato alcançar o conglomerado, os herdeiros de Victor Gradin presidiam a Braskem e a Odebrecht Óleo e Gás, atual Ocyan. O conglomerado estava perto do auge, alcançado em 2014, quando empregava mais de 180.000 pessoas e registrou uma receita superior a 100 bilhões de reais.

 

Os Gradin passaram a pedir 3 bilhões de dólares em 2012 por sua participação no negócio e um laudo contratado do Credit Suisse, pela Odebrecht, apontava que o valor das ações seria, no máximo, de 1,5 bilhão de dólares.

 

Com a falta de acordo, a briga se estendeu e se espalhou ao ponto em que não se sabia mais se os Gradin eram credores ou ainda acionistas de ODBInv. Quando Marcelo Odebrecht disse ter direito de comprar e obrigar a venda, os Gradin se recusaram. Quando, mais à frente, afirmaram ter solicitado a venda, a Odebrecht disse que não aceitaria. E assim o caso seguida, consumindo horas e horas de advogados — além de recursos. Só no processo de recuperação judicial da Odebrecht, há mais de duas centenas de páginas e pedidos de bloqueio da família contra o grupo e também contra os bancos credores.

 

A última vez em que um acordo entre as famílias esteve próximo de ser concluído foi no início de 2018, um ano e meio antes de a Odebrecht entrar em recuperação judicial. Pelo que estava em discussão há mais de dois anos, a família Gradin receberia 1 bilhão de reais, em parcelas. Agora, para esse acordo, o direito financeiro teve de ser incluído dentro do processo de recuperação judicial, pois os Gradin não podem receber nenhum dinheiro na frente dos demais credores dentro do plano de recuperação judicial, que reorganizou 55 bilhões em dívidas, de um total próximo de 100 bilhões de reais. Por enquanto, as partes estão mantendo o valor do acerto em sigilo, mas logo o dado deve se tornar público em razão do processo.

 

Quando o grupo entrou com pedido de proteção contra credores, a Graal, holding da família Gradin, tentou listar seu crédito, mas o juiz do processo em São Paulo não aceitou. Entendeu que ainda não havia um crédito constituído e que dependia de sentença arbitral — processo que nem sequer avançou, estava apenas instaurado.

 

Os Gradin tentavam, em movimentos mais recentes, derrubar o acordo com os bancos credores por meio do qual a Odebrecht concedeu as ações de controle da Braskem em garantia — que cobrem cerca de 15 bilhões de reais em vencimentos, entre dívida e juros.

 

Como parte do compromisso com os credores, o conglomerado já deu a largada no processo formal de venda da Braskem, embora a expectativa seja de concluir uma operação apenas quando o ciclo do setor petroquímico der sinais de recuperação.

 

A Odebrecht tenta encontrar seu caminho depois de aprovar, em março deste ano, a reestruturação dos vencimentos (homologada pela Justiça no fim de julho).