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Witzel levanta suspeitas sobre atuação da PGR: 'Bolsonaro já declarou que quer o RJ'

Por Ailma Teixeira

Witzel levanta suspeitas sobre atuação da PGR: 'Bolsonaro já declarou que quer o RJ'
Foto: Carlos Magno/ Fotos Públicas

Afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (lembre aqui), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) refutou as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) à Corte. De acordo com ele, os mandados determinados pelo ministro Benedito Gonçalves são fruto de "investigações rasas e buscas e apreensões preocupantes" das quais ele e outros governadores têm sido vítimas.

 

"O senhor presidente da República, com todo respeito, fez acusações contra mim extremamente graves e levianas porque acredita que eu vou ser candidato a presidente do Brasil", afirmou durante discurso horas após a operação ser deflagrada, na manhã desta sexta-feira (28). Antes aliados, ele e o presidente Jair Bolsonaro hoje são rivais.

 

Ao longo do discurso, Witzel atacou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, que assinou a peça. "Uma procuradora cuja imprensa já noticiou seu relacionamento próximo com a família Bolsonaro. Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro", contra-atacou o governador afastado, em referência à fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril, quando Bolsonaro se queixou abertamente da atuação da PF no Rio (lembre aqui) e também à proximidade da subprocuradora com o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

 

Em outro momento, ele sugere que há interesses escusos no seu afastamento. "Eu estou incomodando prendendo miliciano? Eu estou incomodando prendendo traficante de drogas? (...) É porque em novembro eu tenho que escolher o novo procurador-geral de Justiça?", indagou, de forma retórica. 

 

Além de atacar adversários, o governador também se defendeu. Ele fala que, mesmo antes da pandemia, investiu R$ 7 bilhões na área da saúde, afastou os auxiliares envolvidos nas supostas irregularidades e negou que tivesse tentado obstruir a investigação, como apontado pela PGR. "A questão jurídica é extremamente delicada porque, da última busca e apreensão até essa busca e apreensão de hoje, qual foi o ato que eu pratiquei pra impedir as investigações?", questionou.

 

"Eu quero que ela [a subprocuradora Lindora Araújo] apresente um único e-mail, único telefonema, prova testemunhal, pedaço de papel em que eu tenha pedido qualquer tipo de ilícito pra mim", desafiou, acrescentando que estão "criminalizando a advocacia" ao atrelar repasses das empresas ao escritório da primeira-dama, Helena Witzel (saiba mais aqui).

 

De acordo com o jornal O Globo, uma testemunha disse aos investigadores que o governador determinou uma operação de espionagem contra os procuradores que o investigam. Isso estarreceu a equipe e a PGR chegou a pedir a prisão de Witzel, mas o ministro não achou necessária (veja aqui).

 

No discurso, o governador também não poupou críticas a seu ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, a quem chamou de "vagabundo" e outros termos ofensivos. "Onde está o ilícito, onde está a lavagem de dinheiro? Eu reafirmo que não tenho medo de delação desse canalha do Edmar", ressaltou. Além das operações Favorito e Placebo, o acordo de delação firmado por Santos, também contribuiu para embasar o pedido de afastamento de Witzel. O ex-auxiliar expôs como operavam o suposto esquema de desvios em recursos para o combate à Covid-19.