
Após passar por adaptações no Senai Cimatec, instituição vinculada à Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), durante cerca de dois meses e meio, o Vida, primeiro ventilador pulmonar desenvolvido pela NASA a ser homologado no mundo está pronto para ser replicado em escala industrial no Brasil. O aparelho será produzido pela Russer, indústria de equipamentos médicos.
“Na parceria com a Nasa, criamos um arranjo produtivo baseado nas competências técnicas do Senai Cimatec, que tem quatro Institutos Senai de Inovação, com empresas brasileiras para recepcionar uma tecnologia nova com enorme redução de custo, que vai ao encontro da perspectiva de apoiar a indústria brasileira no seu processo de reconversão industrial”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.
“É um projeto robusto, com as características e funções necessárias para tratamento de 95% dos casos críticos de COVID-19, em que a intubação seja necessária”, explica o diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec, Leone Peter Andrade. Ele acrescenta que esta é uma das ações da instituição no apoio ao enfrentamento da pandemia.
De acordo com Valter Beal e Luiz Amaral, líderes técnicos do projeto no Senai Cimatec, o trabalho de adaptação e incrementos realizado na instituição baiana envolveu dez profissionais da casa. A expertise tecnológica da equipe permitiu que uma função única se tornasse o diferencial do equipamento: é o único do segmento a suspender o funcionamento durante um procedimento de reanimação de paciente, sem perder os parâmetros ajustados anteriormente. “Foi uma busca incessante para simplificar o produto e achar peças, sem alterar as características originais”, conta Beal.
A homologação da Anvisa foi obtida na última segunda-feira (17) e a Russer, que tem mais de 35 anos de experiência na indústria de equipamentos médicos, deve produzir um primeiro lote de 300 aparelhos. A empresa é responsável por toda a cadeia de suprimentos, fabricação, montagem e comercialização final dos respiradores.
O equipamento foi projetado por uma equipe de engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência aeroespacial norte-americana e denominado VITAL, da sigla em inglês de Ventilator Intervention Technology Accessible Locally.
A Nasa realizou uma chamada pública para licenciar a tecnologia e atraiu 331 empresas do planeta e 30 do Brasil. Do total, 28 foram selecionadas – nove delas dos EUA e duas no Brasil (Cimatec e Russer) – para desenvolver e fabricar o produto.
A agência norte-americana liberou a patente do equipamento durante a pandemia, dispensando os royalties. No Brasil, o projeto está sendo aprimorado por meio de recursos da Russer, do Senai e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII. Um dos objetivos do Cimatec será arrecadar recursos de instituições e empresas para produzir e doar cerca de 50 ventiladores para os estados e os municípios brasileiros.
"Essa resposta dada pelos Institutos Senai de Inovação instalados no Cimatec é uma demonstração da capacidade técnica dessa rede, distribuída pelo país, de atuar na fronteira do conhecimento e dar soluções rápidas a problemas complexos da sociedade brasileira”, acrescenta Rafael Lucchesi.
O Senai pôs toda a sua estrutura a serviço do combate aos efeitos do novo coronavírus. Por meio da agora Plataforma Inovação para a Indústria, formou parcerias de empresas para ampliar a oferta de ventiladores pulmonares produzidos no Brasil. Além disso, coordena uma rede voluntária de 28 instituições e empresas que já consertou mais de 2 mil respiradores que estavam parados por falta de manutenção. Desde que a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação foi criada, mais de R$ 1 bilhão foi aplicado em 1.086 projetos concluídos ou em execução. Atualmente, 15 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.
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