Colbert aposta em embate público com Rui Costa mesmo com proximidade nos bastidores
Por Breno Cunha
Vivendo a fase mais dramática de sua administração à frente da Prefeitura de Feira de Santana, após a explosão de casos de Covid-19 na cidade, o prefeito Colbert Martins (MDB) encontrou uma forma de tomar de volta o controle da narrativa frente à crise enfrentada no município.
Colbert passou a intensificar o debate público com Rui Costa (PT) para ganhar crédito com a população, uma vez que a Feira foi uma das poucas cidades em que o atual governador não conseguiu a maioria dos votos na eleição de 2018.
Somente nos últimos dias, o prefeito criticou a gestão estadual por manter a Policlínica Regional fechada na cidade e rebateu o governador quando o mesmo apontou, na semana passada, para o “sinal vermelho” em Feira de Santana.
As críticas públicas do prefeito de Feira de Santana divergem da relação de proximidade que sua gestão tem mantido com o governo do estado nos bastidores. No dia 22 de maio, por exemplo, Colbert e Rui tiveram duas reuniões. Nesta quarta, houve mais um encontro entre as equipes municipal e estadual.
Na terça-feira (2), Feira de Santana fechou com 111 novos casos de coronavírus confirmados em 24h, o recorde até o momento. Autoridades sanitárias do município indicam que a reabertura precoce do comércio local, autorizada por Colbert no mês de abril, foi um dos motivos. O prefeito já voltou atrás na decisão.
Procurado pelo Bahia Notícias, Colbert negou que seus atos estejam sendo calculados em função do processo eleitoral. "Eu e o governador temos mantido contatos telefônicos sobre o trabalho contra o coronavírus, bem como o secretário Fábio Vilas-Boas. Trata-se de uma questão de responsabilidade institucional não antagonizar partidariamente num momento tão difícil para a saúde dos baianos", disse.
Questionado sobre a reabertura do comércio - fechado novamente em seguida -, o prefeito sinalizou que adotou "medidas que também pudessem amenizar um pouco as dificuldades econômicas ocasionadas pela pandemia. Abrimos o comércio com a convicção de que adotaríamos medidas mais restritivas quando fosse necessário e assim o fizemos".