Presidentes de organizadas de SP dizem que não vão participar de manifestações

Os presidentes das principais torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras, Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde, afirmam que as duas instituições não convocaram os seus membros para participar de manifestações em defesa da democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro. Eles também disseram que não preveem participação nos próximos protestos.

"Não dá para envolver uma entidade que é gigante e que tem pessoas que pensam de diversas formas. Você vai criar uma ruptura dentro da própria entidade. O momento político que a gente vive no país é muito polarizado, nem dentro das próprias famílias as pessoas conseguem chegar a um acordo", disse André Guerra, presidente da Mancha.

Ainda segundo André, a Mancha Verde não tem muitos bolsonaristas, mas não passará por cima de quem é contra os atos por dizer que a organizada é uma entidade democrática.

"Acho que as manifestações populares vão crescer, os democratas estavam adormecidos. Domingo que vem vai estar um pouco maior. Mas como Mancha, não posso me posicionar. Tenho que posicionar a entidade", indicou.

Já no caso da Gaviões, Rodrigo Tapia diz que a entidade tem histórico na luta pela democracia, mas que não marcará posição por enquanto.

"A Gaviões sempre apoiou a democracia e brigou por ela. Mas a diretoria executiva não levantou essa bandeira [de presença na manifestação de domingo]. Se eu fizesse isso ia machucar algumas pessoas também que gostam do Bolsonaro", diz. "É uma instituição muito grande, muita gente pensa diferente".

Nas últimas semanas, torcedores dos clubes de São Paulo se reuniram na Avenida Paulista e fizeram um ato pró-democracia no mesmo horário em que se manifestavam apoiadores do presidente.