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Dois anos após consulta ao TSE, Lídice ainda vê estruturas de partidos 'fechadas para mulheres'

Por Jade Coelho

Dois anos após consulta ao TSE, Lídice ainda vê estruturas de partidos 'fechadas para mulheres'
Foto: Bahia Notícias

Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a Comissão de Direito Eleitoral da OAB-DF divulgou nota em que pede que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprecie uma consulta apresentada pela deputada federal baiana Lídice da Mata (PSB), com o objetivo de aumentar a participação das mulheres na direção dos partidos políticos. A consulta foi apresentada pela parlamentar em 2017, quando ela ocupava o cargo de senadora da República.

 

No Brasil, desde 2009 é obrigatório um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas nas chapas proporcionais. Na visão de Lídice, a presença de mulheres também nos diretórios é importante para incluir a mulher nas deliberações partidárias.

 

“Os partidos são estruturas de poder muito fechadas para as mulheres. Por isso a dificuldade que se tem inclusive de se ter candidaturas femininas. Porque se as mulheres não são incluídas nas decisões políticas principais dos partidos, é claro que elas não se sentem estimuladas a participar”, argumentou a deputada baiana.

 

Ela ainda destacou que os números de mulheres nos partidos e nos cargos de poder não refletem o que ela percebe nas ruas. “Os homens, não são poucos os que viram para mim e dizem que 'ah, não tem mulher que queira participar da política'. Agora impressionante que toda reunião política que eu faço nos bairros, numa cidade do interior, para discutir candidaturas, o problema do bairro, da cidade, está cheio de mulher. Então não consigo fechar essa conta. De que a mulher não queira participar da política e seja sempre muito presente nas reuniões políticas”, exemplificou.

 

A consulta apresentada por Lídice e outras senadoras teve como base um estudo jurídico da Clínica de Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). O texto sugeria que a Justiça Eleitoral rejeitasse o registro dos órgãos de direção partidária que não assegurassem o mínimo de 30% de mulheres em suas composições.

 

A proposta segue sem reposta do Tribunal. “O TSE não respondeu a nossa consulta até hoje, e essa questão dos partidos... eu sei o quanto os partidos têm dificuldade de fazer isso”, acrescentou Lídice, cuja sigla não está na lista dos que contam com pelo menos 30% de participação feminina no seu diretório estadual na Bahia. O PSB-BA possui 12 membros no diretório e apenas duas mulheres (16%), a própria Lídice e a deputada estadual Fabíola Mansur. “O próprio PSB tem uma discussão, até aprovou a ideia no diretório, na Executiva nós conseguimos, mas não é regimental, não é estatutário”, explicou a parlamentar.