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Políticos que contratam funcionários pessoais como assessores? Sabe de nada, inocente...

Por Fernando Duarte

Políticos que contratam funcionários pessoais como assessores? Sabe de nada, inocente...
Foto: Reprodução / Instagram

A denúncia contra o deputado federal João Carlos Bacelar (PL), que o transformou em réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por peculato, não é algo isolado. Pode não ser este o caso, mas é fato que alguns parlamentares confundem propositalmente o público e o privado quando contratam assessores. Jonga, como é conhecido, foi um caso que veio a público e que pode resultar em algum tipo de condenação. Mas o que falar de figuras como Wal do Açaí, Job Brandão ou até mesmo Fabrício Queiroz?

 

Wal do Açaí era assessora fantasma, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, e foi identificada pela Folha de S. Paulo como esposa do caseiro da residência de férias de Angra dos Reis do agora presidente da República, Jair Bolsonaro. Quando abordado sobre o tema, Bolsonaro foi evasivo e atacou a imprensa, algo bem cotidiano a partir dali. Porém, mesmo não tendo batido o ponto na Câmara dos Deputados em momento algum, Wal do Açaí recebeu recursos públicos como se tivesse assessorado o então deputado federal.

 

Job Brandão é menos conhecido no cenário nacional. Entretanto, figurou como personagem secundário na trama envolvendo a família Vieira Lima e o uso de nomeações de assessores para cuidar de funções privadas. Em cargos comissionados desde a época em que Afrísio Vieira Lima ainda era deputado federal, ele fazia as vezes de intermediário em contatos políticos. A investigação que também gerou uma denúncia apontou outro caminho: Job seria o faz tudo da família e ainda devolveria parte dos salários para Geddel e Lúcio, os dois últimos a empregá-lo na Câmara dos Deputados.

 

Fabrício Queiroz, pivô do escândalo das rachadinhas de Flávio Bolsonaro, também é outro personagem interessante nesse sentido. Citado como motorista do atual clã presidencial, Queiroz era também um assessor em tempo integral, responsável por controlar até mesmo nomeações e exonerações dos gabinetes. Isso é uma função política, mas não se uma parte desses recursos retornarem aos bolsos dos políticos, como sugerem as investigações.

 

Jonga Bacelar virou réu por usar recursos da Câmara dos Deputados para pagar a empregada doméstica e uma funcionária da construtora dele. Caso se confirme o crime, ele deve responder por isso. A torcida é para que o crime não prescreva antes do julgamento efetivo. E, caso seja punido, é importante que o caso sirva de exemplo para tantos outros, em qualquer nível do meio político brasileiro. Se bem que, tirando pelas operações de esquecimento de outros casos com provas vastas e nenhuma condenação, parece isso nunca aconteceu, não é mesmo? Sabe de nada, inocente...

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (12) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM Nazaré.