Reforma da Previdência: Servidores reclamam de falta de diálogo da prefeitura no processo

Se houve tensão em todos os níveis da reforma da Previdência estadual, as primeiras reclamações já começam a aparecer na reforma previdenciária municipal em Salvador, que deve ser encaminhada à Câmara de Vereadores após o Carnaval (leia mais aqui).

Na última segunda-feira (3), o Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) realizou uma assembleia geral para discutir o tema (leia mais aqui). De acordo com o coordenador-geral do movimento, Bruno Carianha, o Executivo não tem aberto diálogo com os servidores. “Está sendo feita uma perspectiva de reforma da Previdência municipal, mas não há um diálogo com o trabalhador. A gente gostaria de dialogar antes e achar logo uma forma de cumprir a regra geral, sem afetar tanto o servidor do município de Salvador”, reclamou, em entrevista ao Bahia Notícias.

Para Carianha, o prefeito ACM Neto (DEM) vem tendo atitudes ditatoriais em relação às conversas com os sindicalistas. “O município se fecha numa bolha e não abre espaço para dialogar com o trabalhador. O formato de gestão do prefeito ACM Neto é aquele formato que ele quer impor como se fosse um ditador e ponto”, reclamou.

Secretário municipal de Gestão (Semge), Thiago Dantas garante que mantém diálogo constante com os grupos sindicais da capital baiana, inclusive o Sindseps. “A relação que a gente mantém com os sindicatos, de modo geral, não só com o Sindeseps, é sempre uma relação com muito diálogo. Com relação à questão da possível reforma da Previdência ser encaminhada, esse ponto também será ponto de discussão e tratativa”, garantiu.

O titular da pasta justificou que as consultas aos sindicatos ainda não foram iniciadas porque a proposta ainda não está fechada. Segundo Dantas, a Semge ainda não se reuniu com Neto para tratativas mais profundas. O texto segue em processo de avaliação e estudos.

Na manhã desta quarta-feira (5), a APLB-Sindicato fará uma assembleia geral às 9h. Ao final do evento, o grupo fará uma caminhada até a sede da Semge para entregar a pauta de reinvindicações da campanha salarial 2020. Procurado pelo Bahia Notícias, o movimento não atendeu às chamadas para repercutir sobre a reforma da Previdência.