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Licenças do VLT prometem ser nova arena de combate entre governo e prefeitura

Por Fernando Duarte

Licenças do VLT prometem ser nova arena de combate entre governo e prefeitura
Foto: Divulgação

As obras do VLT do Comércio estão paradas por falta de licenciamento. Quem confirmou o fato foi o secretário de Desenvolvimento e Urbanismo de Salvador, Sérgio Guanabara. Já aguardo o momento em que a questão será politizada e utilizada como arma entre os dois grupos que dominam a política baiana. Para quem já discutiu por obras do metrô, inauguração de viaduto e licenciamento de BRT, o que é mais uma polêmica na conta?

 

De acordo com Guanabara, faltam as licenças emitidas pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O próprio governo baiano aponta que esses documentos não foram emitidos. Porém, no processo de embate discursivo, pouco importa. Para os aliados do governador Rui Costa, o problema é a birra da prefeitura, que vai atrasar as obras estaduais. Para os aliados do prefeito ACM Neto, a dificuldade é o governo que tenta “forçar” a barra para obter as licenças e depois joga para a plateia alegando que a prefeitura coloca empecilhos.

 

Como em outubro haverá uma disputa pela prefeitura de Salvador, não demorará a qualquer faísca se transformar em um gigantesco incêndio – que não passa de fogo de palha. O jogo político se joga dessa forma, com direito a criar chifres em cabeças de cavalo apenas para depois extirpá-los. O difícil é manter a sanidade para observar o que é real e o que não passa de um unicórnio. As disputas de licenciamento de projetos, por exemplo, são palcos recorrentes para essas “falsas brigas”.

 

Essa tensão só não vai existir se os dois grandes eleitores de 2020, Rui Costa e ACM Neto, conseguirem manter o clima de “paz e amor” que parece reinar entre ambos desde o final do ano passado. Eu não apostaria muito nisso. O prefeito alfinetou com gosto a inoperância estadual na construção ou reforma do centro de convenções e até aqui não houve uma resposta do governador. Já os aliados de Rui não perdem a oportunidade de citar que a gestão municipal fechou escolas aos montes para contrabalancear o fim do Odorico Tavares. É tudo uma questão de ponto de vista – cada qual defenderá o seu.

 

Como o VLT não terá impacto direto no processo eleitoral, adiá-lo um pouquinho não trará tanto prejuízo assim. Não será dessa vez que um modal terá reflexos nas urnas, ainda que haja a tentativa de capitalizá-lo politicamente. Isso deve acontecer, sem dúvidas, no palanque de 2022, quando ACM Neto deve tentar o governo e Rui tentará emplacar o sucessor. De qualquer sorte, eu já preparo a pipoca para ver até onde vai render.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (28) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM de Nazaré.