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Lua de mel entre Bolsonaro e baianos acabou mais rápido do que o esperado

Por Fernando Duarte

Lua de mel entre Bolsonaro e baianos acabou mais rápido do que o esperado
Foto: Alan Santos/Presidência da República

Eleitores baianos encerraram cedo a lua de mel com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Se em fevereiro cerca de 57% aprovavam a nova administração do Palácio do Planalto, passados seis meses esse percentual caiu para pouco mais de 38%. Os números são inversamente proporcionais à desaprovação. Um sinal claro de que durou muito pouco o período do “voto de confiança” dado pela população a um novo dirigente.

 

Bolsonaro faz por merecer. Veio à Bahia apenas em julho e deu declarações facilmente enquadradas como preconceituosas contra o Nordeste. Mesmo que haja certa campanha “anti-Bolsonaro” mobilizada pela oposição, a queda foi vertiginosa para um espaço tão curto de tempo. Nem o governador Rui Costa, do campo político oposto ao do presidente, e sua ampla aprovação justificariam essa disposição dos baianos a rejeitarem o presidente. Os dados da pesquisa sugerem que o morador da Alvorada anda em baixa – e tende a cair ainda mais.

 

Em fevereiro, dois meses após o início do governo, era natural que o presidente tivesse uma boa aprovação. À época, apenas 25,3% consideravam o governo ruim ou péssimo. Agora esse número chegou a 44,9%. Sinal de que as declarações e as ações dos primeiros meses de administração tiveram um impacto negativo na percepção dos baianos. E, até o presente momento, vê-se pouco empenho para reverter esse quadro.

 

A economia ainda patina. O desemprego segue em alta. A comunicação direta entre o presidente e a população, que funcionou bem no período pré e pós-eleitoral, começa a dar sinais de que pode não funcionar a longo prazo. Bolsonaro segue com uma metralhadora de impropérios e dificilmente vai mudar de posicionamento. Como disse o vice-presidente, Hamilton Mourão, o titular vai seguir usando “sujeito, verbo e predicado” para falar e ninguém vai conseguir controlar ou coibir. O resultado prático pode ser a implosão de uma relação já conturbada por conta de toda a tensão no período das eleições.

 

O levantamento feito pelo Paraná Pesquisas sob encomenda do Bahia Notícias mostra ainda que Bolsonaro tem um percentual cristalizado de intenções de voto na Bahia para 2022. Tanto enfrentando Fernando Haddad (PT), derrotado ano passado, quanto no embate com um virtual Rui Costa (PT), o presidente da República mantém os cerca de 22% de intenções de voto. Se o percentual de aprovação cair abaixo desse número, é sinal que nem entre os eleitores que tendem a votar nele o otimismo permanece. Os alertas deveriam então estar acesos, ainda que os aliados do presidente insistam em fingir que ele ainda nada em águas tranquilas.

 

Dada a estratégia regular de manter o acirramento dos ânimos, não chega a ser surpresa que aconteça o aumento da reprovação a Bolsonaro. É límpido como água pura que o pleito de 2018 ainda não acabou. O questionamento a ser feito é: até quando seguiremos nesse ritmo? Entre os baianos, parece que não está funcionando tão bem...

 

Este texto integra o comentário desta sexta-feira (23) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Clube FM, Líder FM e RB FM.