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De bermuda e chinelo, pai não pôde entrar em delegacia para acompanhar filha agredida

Por Matheus Caldas

De bermuda e chinelo, pai não pôde entrar em delegacia para acompanhar filha agredida
Foto: Divulgação

Agredida pelo companheiro na última quinta-feira (25) em Salvador, uma filha não pôde entrar com seu pai na delegacia. O motivo: ele trajava bermuda, camiseta e sandália. O relato foi feito ao Bahia Notícias nesta sexta-feira (26) pelo professor e advogado Marinho Soares, 44, que preferiu não divulgar o nome de sua filha.

O fato aconteceu na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas. “Eu fiquei me perguntando: quer dizer que tinha que pegar meus ternos importados para ser atendido pelo Estado? Quer dizer que o pobre que não pode comprar uma roupa não tem direito a dar uma queixa? Quer dizer quem um pai, diante de uma filha que foi violentada, não tem o direito de ter um acolhimento do Estado?”, disse.

O CASO

Segundo Soares, ele recebeu uma mensagem da filha como pedido de socorro. Chegando ao prédio em que ela morava com o companheiro, foi abordado pela administradora do local, que relatou não ser a primeira vez que ela era agredida. Numa das vezes, inclusive, o homem estaria alcoolizado. Soares diz que, ao chegar ao prédio, a filha tinha hematomas nas pernas.

Ele prontamente a levou à delegacia, quando foi barrado. “Eu fui do jeito que estava. Eles foram insensíveis e falaram que eu não iria entrar. Minha filha entrou e eu fiquei barrado, me sentindo impotente. Tudo de ruim, gente. Coisa que não desejo a ninguém. Delegacia é para acolher”, lamentou. “A delegacia de mulher tem que ser de acolhimento, e não de atendimento, porque atendimento qualquer uma pode dar. Por isso lá é uma delegacia especializada, que é para acolher”, acrescentou.

Após prestar queixa, foi concedida à mulher medida protetiva. Segundo Soares, atualmente a filha está com a mãe e a partir da segunda-feira (29) irá à terapia por conta do episódio.