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Bellintani precisa se manter como bola dividida entre ACM Neto e Rui Costa

Por Fernando Duarte

Bellintani precisa se manter como bola dividida entre ACM Neto e Rui Costa
Foto: Charge do Borega

Presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani já deixou de ser um novato na cena política baiana. Depois de aceitar ser Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, ainda no primeiro mandato de ACM Neto no Palácio de Thomé de Souza, Bellintani passou de ilustre desconhecido a um bom atacante entre os políticos. Tanto que, apesar de ligado originalmente ao grupo do prefeito, é citado como virtual candidato em 2020 do lado do governador Rui Costa. Em resumo: ele é a bola dividida da vez. E, aparentemente, faz sucesso em ambas as torcidas.

 

Quando chegou à presidência do Bahia, em dezembro de 2017, Bellintani já tinha um trunfo do ponto de vista político ao conseguir colocar no mesmo barco aliados de ACM Neto e de Rui Costa, que inclusive o apoiaram publicamente. Além do próprio prefeito, o guru do marketing político do grupo de Rui, Sidônio Palmeira, foi avalista da candidatura e colocou figuras do seu entorno para endossar a ascensão de Bellintani ao comando do Esquadrão. Aquele seria o primeiro passo para aproximar o ex-secretário da prefeitura de Salvador do petismo e dos interlocutores da centro-esquerda da Bahia.

 

Desde então, Bellintani conseguiu se manter afastado do partidarismo. Ele, que chegou a se filiar ao DEM para tentar se viabilizar como candidato a vice-prefeito em 2016, deixou a prefeitura após passagens bem avaliadas nas secretarias de Educação e de Desenvolvimento e Urbanismo. Saiu da Sedur após liderar a concepção do grande projeto estruturante do Palácio Thomé de Souza, o Salvador 360. E, até o momento, não foi alvo de ataques por parte desses antigos aliados, ainda que o flerte com o governador tenha sido noticiado nos mais diversos veículos de imprensa.

 

Para Rui, seria uma conquista histórica conseguir “cooptar” um ex-aliado de ACM Neto para ser candidato do grupo do PT. O prefeito, todavia, parece não trabalhar com essa hipótese. Trata Bellintani como “amigo pessoal” e faz questão de valorizar o, digamos, afilhado político que agora é cortejado pelos adversários. O prefeito reconhece o potencial do presidente do Bahia e não dá para subjugá-lo de véspera. Por isso toda a cautela a tratar do assunto. No entanto, os aliados do governador parecem pouco interessados em esconder que o agora dirigente esportivo seria um “sonho possível” para confrontar o projeto político de ACM Neto, que atualmente tende a ser defendido pelo vice-prefeito Bruno Reis – vencedor no embate pela vaga de vice em 2016.

 

Bellintani, até agora, se comporta como um jogador que tem uma visão de jogo mais ampla do que outros atores. Não fala publicamente em aceitar disputar a prefeitura em 2020, mas também não nega que a possibilidade existe. E, para além de ser um nome a ser disputado pelos dois principais grupos políticos da Bahia – o que o mantém na “crista da onda” -, o presidente do Bahia não tem o DNA político que poderia contar negativamente no contexto de renovação de quadros. Assim, interpretá-lo como uma terceira via não chega a ser um exagero.

 

Um “porém” para que Bellintani seja alçado à condição de candidato competitivo no ano que vem passa por um fator pouco previsível: o desempenho do Bahia dentro das quatro linhas. Se seguir o ritmo de 2018, contudo, o presidente do Esquadrão pode ser mais do que uma bola dividida.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (15) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.