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Rui e ACM Neto cozinham em banho-maria aliados que querem espaço na máquina pública

Por Fernando Duarte

Rui e ACM Neto cozinham em banho-maria aliados que querem espaço na máquina pública
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Cozinhando em banho-maria as mudanças nos respectivos secretariados, o governador Rui Costa e o prefeito de Salvador, ACM Neto, usam estratégias semelhantes para manter o interesse da imprensa nas atividades públicas realizadas pelos gestores neste começo de ano. Enquanto o prefeito da capital baiana tem a justificativa de que está no meio no mandato e que não há pressa para mudar nomes no primeiro escalão, o caso de Rui é ligeiramente diferente: mesmo que a gestão esteja bem avaliada, seria esperado uma renovada de rostos para reoxigenar o governo. Até o momento, não há desenho claro disso.

 

E o governador não esconde estar “empurrando com a barriga” o processo de discussão de espaços dentro do secretariado. Num passado recente, quando gestores reeleitos chegavam ao segundo mandato já eram sabidas as principais mudanças no primeiro escalão. Uma parte dos titulares era mantida, porém uma parcela considerável era substituída não por competência, mas para transmitir a sensação de que há novidade na administração. Do ponto de vista de comunicação, seria importante mudar.

 

Lotear as pastas entre políticos aliados é, inclusive, a estratégia mais corriqueira. No entanto, nem mesmo as conversas de Rui com os líderes partidários parecem estar concluídas. Vide os comentários de petistas, que sugerem a luta pelo orçamento da Secretaria de Educação sob sua tutela ao tempo em que o governador não define quem deve substituir o senador em fim de mandato Walter Pinheiro.

 

Manter os espaços é o mínimo que almejam os partidos. Porém alguns esperam a ampliação dos cargos de indicação. É o caso do PP, do vice-governador João Leão, do PSD, dos senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, e do PSB, excluído da chapa majoritária e que aguarda por uma compensação. Até o momento, todos os anúncios já feitos por Rui passam por nomes mais técnicos do que iminentemente políticos. Ou seja, o governador tem escolhido mais os nomes da rubrica “opção pessoal” do que construção conjunta com aliados.

 

As mobilizações seguem intensas nos bastidores, porém muito pouco tem vindo a público. Parte por conta do perfil centralizador de Rui, mas também por conta da estratégia de aliados de evitar que uma indicação seja derrubada antes de ser efetivada.

 

Afinal, depois de quatro anos de convivência com o governador, já se conhece as melhores formas de adequarem interesses políticos às expectativas do morador do Palácio de Ondina.

 

Mas se do lado de Rui há um certo bate-cabeça para chegar a um entendimento, ACM Neto vive uma maré mais tranquila. Tanto que embarcou para uma temporada de férias com apenas uma mudança confirmada, a ascensão de Alberto Pimentel, do PSL do presidente Jair Bolsonaro, a uma secretaria de Salvador.

 

Os espaços e denominadores comuns nas respectivas bases aliadas, neste momento, também refletem um trabalho extra para o governador e o prefeito: além de encontrar nomes que supram os interesses da gestão, ainda precisam controlar a ansiedade daqueles desprovidos de cargos após as eleições de 2018. Mas ao que parece, Rui e ACM Neto se especializaram nisso ao longo dos últimos anos.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (9) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.