Assessores de Flávio Bolsonaro repassaram até 99% dos salários, aponta jornal

Uma análise da movimentação financeira do ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício José Carlos de Queiroz, indica que pelo menos uma funcionária da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pode ter depositado quase tudo que recebeu na Casa em sua conta.
A servidora em questão é Nathalia Melo de Queiroz, que é filha do ex-servidor. No período investigado, ela repassou R$ 97.641,20 ao pai, um hipotético crédito mensal médio de R$ 7.510,86.
Segundo informações do blog do Fausto Macedo, no jornal O Estado de S. Paulo, a quantia equivale a 99% do pagamento líquido da Alerj a Nathalia em janeiro de 2016, mas não é possível concluir que o dinheiro tem origem exclusiva dos pagamentos da Alerj porque os dados sobre a movimentação financeira total de Nathalia não foram divulgados - uma matéria veiculada na Folha de S. Paulo nessa sexta (14) aponta que enquanto era funcionária, ela trabalhava como personal trainer no Rio.
O Estadão fez cálculos por aproximação, utilizando o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Operação Furna da Onça, e também a folha salarial da Casa.
De acordo com a publicação, a renda considerada pelo Coaf provavelmente contabiliza valores que não fazem parte da folha de janeiro da Alerj, mas, ainda assim, os números apontam percentuais altos de repasse.
Nathalia trabalhou na Alerj de setembro de 2007 a dezembro de 2016. Depois disso, ela foi trabalhar como assessora no gabinete parlamentar do então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Sua exoneração foi assinada no dia 15 de outubro, mesmo dia em que seu pai também foi desligado do gabinete de Flávio. No caso dele, o motivo apontado para a demissão foi a aposentadoria de Queiroz como policial militar.
OUTROS REPASSES
Quem também repassou parte do que recebeu na Assembleia foi Márcia Oliveira de Aguiar, que é esposa do ex-assessor. Pelas contas do jornal, os valores somam R$ 52.124,00, que equivalem de 31% a 46% do que ela recebeu por mês no período.
Já a servidora Luiza Souza Paes fez transferências que variam de 24,8% a 33,5% do que ela recebeu. Enquanto sua renda, de acordo com o Coaf, era de R$ 3.479 mensais, ela repassava, em média, R$ 863,53. Jorge Luís de Souza, outro servidor, tinha salário bruto de R$ 5.486,76 e fez depósito mensal médio de R$ 1.573,46.
De acordo com a publicação, 57% dos depósitos feitos na conta de Fabrício Queiroz eram registrados no dia do pagamento dos salários na Alerj ou até três dias úteis depois.
Diante desse quadro, o senador eleito Flávio Bolsonaro nega ter cometido qualquer irregularidade. Já seu pai, o presidente eleito Jair Bolsonaro, diz que é Queiroz quem precisa explicar sua movimentação financeira de mais de R$ 1,2 milhão no período (saiba mais aqui).
Queiroz, sua esposa, sua filha e os demais citados não responderam à reportagem.
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