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Quem diria que Dilma esteve certa todo o tempo? Todos perdemos com as eleições 2018

Por Fernando Duarte

Quem diria que Dilma esteve certa todo o tempo? Todos perdemos com as eleições 2018
Foto: Reprodução / EBC

Depois da desastrada passagem pelo Palácio do Planalto, a ex-presidente Dilma Rousseff certamente não deveria ser considerada uma analista política da melhor qualidade. No entanto, a petista, derrotada de maneira acachapante na tentativa de chegar ao Senado por Minas Gerais, previu o dia 29 de outubro de 2018 ao exarar uma de suas pérolas: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.

 

Não é uma piada. Esse vídeo da ex-presidente há algum tempo circula pela internet como uma das esdrúxulas declarações dela. À época – e até hoje -, a fala é tratada como um meme. No entanto, deslocado o preconceito e o antipetismo, além da difícil construção textual, Dilma retratou bem o que é o Brasil desde as eleições de 2014. A construção do país a partir daquela disputa entre ela e Aécio Neves mostrou que, no final, não haverá vencedores.

 

Em 29 de outubro de 2018, o Brasil sairá do segundo turno das eleições, no dia anterior, ainda mais dividido do que no passado. E o acirramento de ânimos acontece de ambos os lados. Tanto os apoiadores de Jair Bolsonaro quanto os de Fernando Haddad têm cometido excessos e, ao longo desse fim de campanha, a tendência é, infelizmente, piorar.

 

A disputa eleitoral deste ano será marcada pela divulgação massiva de fake news. Há um exército de fãs/ torcedores que não esconde a predileção por cada um dos candidatos e não se preocupa se a informação é real ou não. O que importa é espalhar o caos e destruir a reputação do adversário. Mesmo que isso custe uma briga ou uma guerra travada em qualquer ambiente, até mesmo o familiar – mas sempre em defesa da família.

 

São diversos os relatos de desentendimentos e desapontamentos, principalmente nas redes sociais. A revolução esperada durante o período pré-eleitoral não aconteceu e plataformas como Facebook, Twitter e WhatsApp se transformaram em arenas de batalhas em que não haverá vencedores ou vencidos. Apenas sucessivas derrotas frente a um país completamente separado entre nós e eles, a depender do observador.

 

Já Bolsonaro e Haddad, independente de quem for eleito nas urnas, estarão vivendo uma realidade bem diferente desses milhares de eleitores que preferem viver uma paixão nas urnas a encarar racionalmente a disputa eleitoral. Tal qual a classe política, que saiu balançada do primeiro turno, mas ainda persiste, e para quem pouco importa a opinião pública.

 

Quem diria que, depois de ser defenestrada do poder e ficar em quarto lugar numa disputa em que aparecia como líder, Dilma poderia estar certa sobre política? No final das contas, todos perdemos.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (15) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.