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Uso eleitoral de ataque a Bolsonaro será medido por aliados e adversários do candidato

Por Fernando Duarte

Uso eleitoral de ataque a Bolsonaro será medido por aliados e adversários do candidato
Foto: Reprodução/ Twitter

Se em 2014 a eleição brasileira teve a substituição de Eduardo Campos após o acidente de avião, na disputa de 2018 o fator surpresa coube à facada contra Jair Bolsonaro. E, tal qual no último pleito, a mídia espontânea em torno da tragédia permite um aproveitamento eleitoral do episódio. 

 

Logo após a entrada de Marina Silva como candidata do PSB no lugar de Campos, a candidatura socialista aumentou consideravelmente a competitividade. Ao ponto de Marina se tornar o alvo a ser batido pelos então candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves. Ao final, a então substituta acabou "abatida" no primeiro turno.

 

Uma das diferenças entre a queda do avião e a facada é o espaço de tempo entre o fato e as urnas. Bolsonaro terá pouco tempo para ser desconstruído como mártir e, diante da repercussão do caso, tende a ganhar mais exposição justamente no período mais crítico das eleições, a reta final da corrida. E críticas excessivas contra o candidato do PSL podem gerar um efeito adverso naqueles que proferem os ataques. Seria a lógica do feitiço virar contra feiticeiro, como parte das redes argumenta na defesa do rearmamento da população por Bolsonaro e o episódio da facada.

 

O prognóstico do deputado-capitão, todavia, o remove de um dos principais artífices da campanha dele: o corpo a corpo que o transforma no "mito" que arrasta multidões. Com a saúde fragilizada, o candidato estará menos presente nas ruas, porém aumentará a exposição na imprensa. São fatores cujo resultado ainda é difícil de dosar. E, por mais que se discorde das ideias dele, é preciso admitir que existe empatia de uma parcela expressiva do eleitorado a favor dele.

 

O uso eleitoreiro da facada foi iniciado já na quinta-feira, quando Bolsonaro foi atingido por um homem perturbado. De lá para cá, todas as aparições do clã parecem plenajadas milimetricamente, desde o vídeo da oração na UTI de Juiz de Fora à foto do deputado simulando armas em uma cadeira de hospital em São Paulo. Passando, inclusive, pela constrangedora imagem da cicatriz que corta o abdômen do candidato.

 

Uma dúvida ainda não respondida é se os apoiadores conseguirão tocar a campanha e gerar o barulho em torno da candidatura sem a presença "mítica" de Bolsonaro. Por isso as redes sociais devem assumir um papel ainda mais preponderante nessa aventura "bolsonarista".

 

Uma coisa é certa: haverá segundo turno, por mais que o clã Bolsonaro tenha "vibrado" com a possibilidade da facada liquidar as eleições para o Palácio do Planalto ainda no dia 7. E o candidato do PSL aparece à frente dos adversários para também estar nas urnas em 28 de outubro, quando acontece o segundo turno. A repercussão da facada "espontânea" e os efeitos práticos dela ficarão para o desenrolar das estratégias dos candidatos ao Planalto.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (10) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.