Servidores municipais prometem não aceitar proposta sem aumento direto em tabela salarial
Por Guilherme Ferreira
Os servidores da prefeitura prometem fazer uma negociação dura na campanha salarial deste ano. De acordo com o Sindseps, entidade que representa a maior parte da categoria, os trabalhadores não vão aceitar uma proposta que não contemple um reajuste direto na tabela salarial. Até o momento, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Gestão (Semge) apresentou uma oferta que beneficia os servidores com avanços de nível no plano de carreira da categoria. Na prática, o avanço de nível já representa um ganho nos rendimentos dos trabalhadores em atividades. No entanto, ele não altera a quantia recebida pelos aposentados. "Todo ano, em vez de dar um aumento na tabela, ele dá reajuste de nível. E isso ele faz pra não dar aumento pros aposentados", comentou o coordenador-geral do Sindseps, Bruno Carianha, em entrevista ao Bahia Notícias nesta terça-feira (29). "É um absurdo. A gente precisa ter reajuste porque os aposentados estão ganhando menos que o salário mínimo e daqui a pouco vão estar passando fome", reclamou. Segundo o titular da Semge, Thiago Dantas, existe uma dificuldade para conceder reajuste direto na tabela por conta do déficit na previdência municipal. No entanto, ele se colocou à disposição para continuar negociando com a categoria. "Não há efetivamente uma proposta fechada a respeito desse tema", admitiu em entrevista ao Bahia Notícias, quando questionado sobre o aumento direto na tabela. A Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei no fim do último ano para conceder um abono que, segundo Dantas, "privilegiou a grande maioria dos inativos, principalmente aqueles de menor renda". Em 2017, a proposta aceita pelo Sindseps já tratava apenas de avanços no plano de carreira (veja mais). Por outro lado, o sindicato aponta que este ano a negociação será diferente. "Ano passado a gente não aceitou. Ele impôs e forçou a barra", declarou Carianha. O Sindseps já decretou estado de greve e tem mais uma assembleia marcada para esta quarta-feira (30). Na avaliação do coordenador-geral da entidade, a tendência é que os trabalhadores ainda não optem pela greve no momento. No entanto, se a negociação não avançar, a paralisação por tempo indeterminado pode se tornar inevitável. "Não queremos partir direto para uma greve, queremos dialogar mais. Mas se a gente entrar em junho e a prefeitura não apresentar proposta, a gente vai ser jogado para a greve", declarou Carianha.