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Reunião de Neto com Valdemar Costa Neto pode selar migração do PR para oposição

Por Bruno Luiz

Reunião de Neto com Valdemar Costa Neto pode selar migração do PR para oposição
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), segue dando cartadas para conseguir atrair o PR ao seu grupo político e, assim, viabilizar a candidatura dele ao governo do Estado. O Bahia Notícias apurou que o democrata se reuniu nesta terça-feira (27), em Brasília, com o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, ex-deputado federal condenado no processo do Mensalão. O objetivo da conversa foi costurar com o dirigente máximo da sigla que a legenda desembarque da base do governador Rui Costa (PT). No entanto, ainda segundo informações obtidas pela reportagem, Valdemar deixou que a bancada baiana do partido na Câmara, composta pelos deputados José Carlos Araújo, presidente da agremiação no estado, José Rocha e Jonga Bacelar decidam qual será o caminho dos republicanos por aqui. E é aí que mora o perigo para Rui Costa. Araújo tende a apoiar o desembarque porque Neto teria se comprometido a ajudar na reeleição do deputado federal. Apesar de negar reiteradas vezes, o parlamentar se vê com dificuldades para obter um novo mandato e entrou em uma espécie de “UTI política”. Pelas contas eleitorais que circulam nos bastidores, Araújo precisaria atualmente de mais 30 mil votos para se reeleger e tem buscado quem possa oferecê-los. Ciente disso, o prefeito resolveu atacar pela principal fraqueza do deputado e prometeu que colocaria uma “junta médica” em ação para salvá-lo politicamente. O BN apurou que esses votos devem ser conseguidos aqui mesmo em Salvador. A avaliação corrente dentro da base de Rui é que o governador não tem como oferecer esse quinhão ao ainda aliado. No interior, as alianças já estão mais encaminhadas. Por isso, é difícil encontrar algum candidato que esteja disposto a transferir esta quantidade de sufrágios para a conta eleitoral de Araújo. Em Salvador, o governo tem postulantes tradicionais e com bases já consolidadas, como, por exemplo, Alice Portugal (PCdoB) e Nelson Pelegrino (PT). Seria também difícil dar a ele votos na capital baiana. Para ACM Neto, a tarefa seria mais fácil. Prefeito da cidade, ele tem mais proximidade com as bases de Salvador e ainda possui a máquina da administração pública para facilitar a missão. Por outro lado, o democrata também está mais adiantado nas tratativas com o PR. Ao saber da possibilidade de desembarque, Rui e o ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, entraram em campo para implodir o movimento. No entanto, o governador ainda não conversou com Araújo e, até o momento, não prometeu conceder nenhuma benesse que possa segurar o PR no lado de cá. A reunião entre os dois só deve ocorrer nos próximos dias. Entretanto, diante de todo este cenário, aliados de Rui já enxergam a saída da legenda da base como iminente. No caso de Zé Rocha, deve pesar em seu voto possivelmente pró-migração o fato de que Neto ofereceu a ele a vaga de vice na chapa majoritária de sua eventual candidatura. O parlamentar não esconde o desejo de alçar este voo. Tinha esperança de consegui-lo no grupo de Rui, aproveitando a articulação do deputado federal Ronaldo Carletto para vitaminar a sigla com o ingresso dele e outros parlamentares, além do crescimento do Pros. Eles tinham até feito um acordo. Se o PR conseguisse vaga de Senado na majoritária do petista, Carletto seria o indicado. Caso o espaço fosse pra vice, Rocha iria. Mas, com a decisão de Carletto de permanecer no PP, a articulação foi desmontada, os republicanos enfraqueceram no xadrez eleitoral governista e, atualmente, a possibilidade de o partido ter uma vaga na majoritária é considerada remota. O voto divergente deve ser o de Jonga Bacelar, por incrível que pareça. Um dos maiores defensores do ingresso do partido na base de Neto anteriormente, o parlamentar pode ser pró-permanência após Carletto continuar na base. Jonga se posicionava por juntar-se ao prefeito em defesa do direito de que o deputado, seu cunhado, obtivesse uma vaga na majoritária. No entanto, como Carletto voltou atrás, o que deve pesar em seu voto é continuar ao lado daqueles que lhes são mais próximos. O deputado ainda não foi ouvido, porém, porque está na Europa. Todavia, todo este cenário desenhado é passível de muitas mudanças até o dia 7 de abril, quando Neto deve anunciar o que decidiu em relação ao seu futuro político. Tudo vai depender também do que Rui Costa e seu grupo político poderão oferecer aos republicanos em troca da permanência deles na base. Por outro lado, Neto luta como pode para ser candidato. Com a possibilidade de ficar sem o PMDB na chapa, já que o deputado federal Lúcio Vieira Lima garantiu que não deixa a sigla, frustrando então uma condição imposta pelo prefeito para concorrer, ele agora busca uma legenda que possa compensar o tempo de TV perdido sem coligar com os peemedebistas. Achou no PR, com a vulnerabilidade eleitoral de Araújo e os desejos de Zé Rocha, o ninho perfeito.