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Concorrente a PPP em Salvador, empresa é acusada de pagar propina em SP

Concorrente a PPP em Salvador, empresa é acusada de pagar propina em SP
Foto: Valter Pontes/ Secom Salvador

Uma conversa entre a diretora do Departamento de Iluminação da Prefeitura de São Paulo, Denise Abreu, e uma secretária dela indica propina para favorecer o consórcio FM Rodrigues, que venceu a concessão para a iluminação pública da capital paulista, e prejudicar o concorrente, o consórcio Walks. A FM disputa a licitação em Salvador e é uma das mais fortes a ganhar o certame, que tem vigência prevista de 20 anos e valor que supera a cifra de R$ 1,5 bilhão. De acordo com a rádio CNB, que teve acesso à gravação, Denise diz à secretária que vai lhe dar R$ 3.000 relativos ao mês de novembro. O dinheiro, segundo ela, foi repassado pelo consórcio FM Rodrigues. Denise afirma que aquele seria o último pagamento porque o consórcio deixaria de mandar dinheiro a ela. O motivo seria porque o grupo iria perder os contratos com a prefeitura. A FM Rodrigues é a atual responsável pela manutenção dos postes da cidade. O dinheiro seria uma mesada paga pela FM Rodrigues à Denise em troca do favorecimento. Parte do montante seria repassado para a secretária. Em outro momento da gravação, Denise Abreu diz que é inimiga de Walter Torre, dono da WTorre, integrante do consórcio Walks. Em nota, Denise Abreu negou que tenha praticado qualquer irregularidade e que vai esclarecer as acusações, que ela chama de infundadas. Também em nota, a Prefeitura rechaçou qualquer envolvimento irregular entre Marcos Penido e Julio Semeghini com a Eletropaulo. A FM Rodrigues informou que não cometeu nenhum ato irregular e que a diretora da Ilume não teve qualquer participação ou influência na licitação. A Eletropaulo nega que tenha pagado propina e afirma que tem critérios rígidos de ética. A empresa diz que tomará as medidas cabíveis sobre comentários inverídicos quanto à sua reputação. A Eletropaulo nega que tenha pagado propina e afirma que tem critérios rígidos de ética. A empresa diz que tomará as medidas cabíveis sobre comentários inverídicos quanto à sua reputação. Confira abaixo trechos das conversas:

Denise Abreu - Eu vou te dar os seus três (R$ 3 mil)... Mas a empresa (FM Rodrigues) não tem mais contrato e eu não vou ter como arcar daqui pra frente com isso. É o último mês. Simplesmente não tem como. 
Secretária - Nem em dezembro?
Denise Abreu - Tô te dando agora.
Secretária - Então, [o pagamento] que era de novembro?
Denise Abreu - Não tem como [pagar em dezembro]. Você não tá vendo os movimentos? E ninguém faz nada, querida. Entendeu?
Secretária - Uhum
Denise Abreu - É um escândalo o que tá acontecendo em São Paulo e não tem um jornalista para empurrar isso. Então, querida, dançou. Não tem mais PPP, não tem mais nada, pode esquecer. Não tem fonte. Não tem fonte.
Secretária - Tá bom, doutora. Tudo bem.
[outro momento da gravação]
Denise Abreu: eu não tenho nenhum contato, nem vou me mexer com a Walter Torre. Nem vou. Ao contrário. Eu sou inimiga deles.
Secretária: Mas a PPP você não vai ganhar?
Denise Abreu: Não. A PPP existem dois concorrentes (pega papel e mostra)
Secretária: Tá, me explica.
Denise Abreu: FM Rodrigues e Walter Torre, que está na Lava Jato, denunciado (...) E com isso tudo nós estamos perdendo aqui (...) O Marcelo [Rodrigues, da FM Rodrigues] disse. 'Se eles são os santos, então vocês vão assinar [o contrato] com os santos. Eu estou partindo'. Ele tá de saco cheio, cara.
Secretária: O sr. Marcelo?
Denise Abreu: Opa! Especialmente da imprensa (...) Eles estão afundando, afundando a PPP. 
Secretária: Quem?
Denise Abreu: A imprensa.