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Eleições no Yatch Clube viram caso de polícia

Eleições no Yatch Clube viram caso de polícia
Foto: Pedro Accioly/ Yacht Clube - BA

Com as eleições para renovação de um terço do conselho deliberativo do Yacht Clube da Bahia marcadas para o dia 26 de março, a campanha de uma das chapas, a DNA Sócio Yatch, causou tanta confusão que chegou a ser denunciado  por racismo alguns dos responsáveis pelo material na 14ª Delegacia Territorial da Barra. O caso começou no dia 02 de fevereiro, com a publicação de uma foto no Instagram do DNA Sócio Yatch que continha dois homens negros segurando uma sacola do Yatch com os dizeres "Cambistas para entrar no Yatch? Quanto custa a nossa paz?". Na postagem, a chapa escreveu "A imagem dispensa legenda". A situação foi malvista por diversas pessoas, inclusive pela jornalista e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Malu Fontes, e pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). "Esses homens são automaticamente considerados cambistas por estarem com essa sacola de papel do clube? E quem tem acesso a essa joia em papel para ter passado para eles?", disparou a jornalista ao repostar a foto no Instagram dela. Wyllys concordou e apontou que a chapa DNA está reivindicando o fechamento do clube a não-sócio e "que está, indiretamente, por meio de associação, dizendo que esses não-sócios são pessoas negras e de outra classe social". Para o deputado, a postagem é um caso de racismo mal-disfarçado. “Voltaremos ao ‘tempo em que preto não entrava no [clube] Baiano [de tênis] nem pela porta da cozinha? Cadê o movimento negro da Bahia?”, questionou em suas redes sociais.

Foto originalmente publicada pelo grupo e repostada pela jornalista Malu Fontes

O comodoro do clube, Marcelo Sacramento, comentou que o conteúdo da postagem não é o posicionamento da maior parte dos associados. "Peço desculpas de público, em nome da instituição que represento, por estes que perderam a noção dos limites e do bom senso", disse. Ele comentou também que a administração do Yatch "nada tem [a ver] com os atos deste grupo intitulado DNA". Em resposta, o grupo DNA afirmou que os dois homens desconhecidos foram flagrados comercializando camisas da Feijoada do Yatch no dia 02 de fevereiro. O flagra foi comentado em um grupo de WhatsApp de sócios do clube, que teriam informado ao comodoro. "Através de mensagem confirmou que tomou todas as providências e que essas pessoas haviam sido presas", disseram em nota. 


Conversa entre um dos integrantes da chapa DNA com o comodoro, confimando que ele sabia da situação dos suspeitos de vender camisas do Yatch. O diálogo teve autenticidade confirmada no 3º Tabelionato de Notas. 

"O contexto em que a mensagem aconteceu, de campanha para renovação do Conselho, explicita um dos pontos criticados pela chapa DNA sócio Yatch em relação a atual diretoria", explicou em nota. O grupo declarou que a "infame, falsa e midiática narrativa" de que a foto foi publicada em um contexto racista despreza os valores e a história do clube. "É uma reinvindicação desta chapa de que eventos realizados no clube sejam restritos aos sócios e seus convidados", afirmou a chapa. Para eles, os integrantes do grupo foram vítimas de um "linchamento moral". Mas o fato é que a confusão não acabou por aí. Fontes próximas ao Bahia Notícias apontam que no mesmo período, o comodoro também denunciou uma senhora de idade e um vereador após eles questionarem seu enriquecimento nas redes sociais. Os dois foram convidados a depor sobre o teor das mensagens publicadas na internet. A guerra que envolve o poder do Yatch Club parece não ter chegado ao fim.