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Isidório pede suspensão de peça que tem Jesus como mulher trans em Salvador

Por Bruno Luiz

Isidório pede suspensão de peça que tem Jesus como mulher trans em Salvador
No espetáculo, Jesus é uma mulher trans | Foto: Divulgação

O deputado estadual Pastor Sargento Isidório (Avante) ingressou com um pedido de liminar na Justiça para suspender a apresentação da peça “O Evangelho segundo Jesus, rainha do céu”, marcada para esta quinta-feira (26) e sexta (27) em Salvador. O espetáculo, que ocorrerá no Espaço Cultural Barroquinha, equipamento da Fundação Gregório de Matos (FGM), da prefeitura de Salvador, tem provocado polêmica por apresentar Jesus na figura de uma mulher transgênero. A personagem é interpretada pela atriz Renata Carvalho, que também é transexual. No pedido, o parlamentar evangélico argumenta que a peça tem conteúdo “ofensivo e atentatório” aos “preceitos da fé cristã”. “É evidente que esta encenação é polêmica, mas infelizmente não se trata apenas disso, pois ao escarnecer dogmas e questionar questões sagradas da religião mais praticada no nosso país, estimula hostilidade entre as pessoas, tendo em vista serem as crenças algo muito íntimo e importante no cotidiano do nosso cidadão”, afirma Isidório, que se autoproclama “ex-gay”. Ainda segundo o deputado, o espetáculo estimula a intolerância religiosa. Ele chega a citar o episódio envolvendo o jornal francês Charlie Hebdo, quando 12 jornalistas foram mortos em 2015 por terroristas da Al-Qaeda. O periódico costumava retratar de forma satírica o profeta Maomé, algo que motivou a indignação dos assassinos.  Apesar de fazer a comparação, Isidório diz que não quer insuflar uma “possível guerra santa”, mas sim impedir o “escarnecimento público da religião mais praticada na nossa nação”. Ele ainda chega a comparar a apresentação à perseguição sofrida por cristãos jogados às bestas na Roma Antiga, “como espetáculo, única e exclusivamente em razão da sua fé”. “É perfeitamente possível observar que em verdade é um crime de ódio que fere a tolerância religiosa, o respeito ao próximo, a dignidade da pessoa humana, os valores da sociedade, e assim deve ser vigorosamente combatido em um Estado Democrático de Direito”, defende. Em São Paulo, uma ação semelhante chegou a ser acatada pela Justiça. No entanto, foi derrubada posteriormente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que permitiu a encenação da peça. Em entrevista à revista Veja, Renata falou sobre o porquê de Jesus ser transgênero na montagem. “A ideia é que Jesus tenha a identidade da atriz que o encarna no palco. E eu sou travesti”, explicou.