Dívidas do Ilê Aiyê alcançam R$ 600 mil; Petrobras deve R$ 394 mil ao bloco afro

Com festa no próximo sábado, para a escolha da 38ª Deusa do Ébano na Noite da Beleza Negra, o Ilê Aiyê enfrenta dívidas que alcançam R$ 600 mil. Em entrevista ao jornal Correio, o diretor do Ilê Aiyê, José Carlos dos Santos, o Vovô, afirma a principal razão do débito é um atraso de pagamento de uma verba da Petrobras. Vovô refere-se a duas parcelas de um contrato de patrocínio vencido no final de 2015, cada uma no valor de R$ 197 mil, totalizando R$ 394 mil. “O contrato venceu em 2015 e, a pedido da Petrobras, criamos um aditivo, prorrogando-o até março de 2016. A Petrobras tinha o compromisso de nos passar cerca de R$ 1,9 milhão. Repassou uns 40% disso à vista e pagou algumas parcelas, mas faltaram as duas últimas”. Como consequência dos problemas financeiros, a Noite da Beleza Negra será realizada com base no trabalho voluntário, incluindo a cantora Daniela Mercury, que não vai cobrar cachê, e do diretor teatral Elísio Lopes Jr., que coordena a execução do evento. “Estamos com salários atrasados. Não temos como pagar professores, socioeducadores e já não conseguimos manter projetos sociais importantes, como a Escola Mãe Hilda”, relata. A dívida de R$ 600 mil atinge fornecedores, funcionários e terceirizados. “Os salários estão atrasados há sete meses e não temos como pagar o décimo terceiro”, revela Vovô. Apesar dos problemas, o desfile de Carnaval está mantido, com patrocínio da Caixa Econômica Federal e do governo estadual. O Ilê Aiyê afirma que enviou os relatórios pedidos pela Petrobras, que comprovam a necessidade da verba, mas ainda não obteve o dinheiro.