Denunciado dentro do partido, Moisés Rocha critica administração do PT em Salvador
Por Guilherme Ferreira
Foto: Max Haack / Ag Haack / Bahia Notícias
O vereador Moisés Rocha (PT) fez duras críticas à administração municipal do PT nesta quinta-feira (5). Em entrevista ao Bahia Notícias, ele voltou a reclamar da falta de informações sobre a candidatura do partido para a presidência da Câmara Municipal de Salvador e disse que soube do pleito de Marta Rodrigues (PT) ao cargo apenas pela imprensa. Em reunião, maioria da mesa diretora municipal da legenda votou por suspender Rocha e Suíca (PT) da sigla pelo período de 60 dias por não terem votado em Marta na eleição da última segunda-feira (2) - a representante do PT teve apenas um voto. "Foi muito estranho esse processo. Eu soube que Marta Rodrigues seria candidata no dia 30 de dezembro. Eu estive com Marta no dia da posse. Nunca vi nenhuma candidata que não pede voto, e ela não me pediu voto", criticou Moisés, que também disse que ainda não foi notificado sobre a tentativa de punição interna. O presidente do diretório municipal, Paulo Teixeira, ressalta que os vereadores terão oportunidade de se defender antes que a punição de 60 dias seja aprovada. "Os vereadores serão notificados para se defender, não poderia decidir de uma forma ditatorial. [...] A partir do momento que o partido tinha uma candidata, a bancada deveria votar nela. Por outro lado, o vereador diz que não tomou conhecimento [da candidatura]". Ao Bahia Notícias, Moisés sugeriu que a ação contra ele e Suíca faça parte de uma manobra política visando a eleição para o diretório municipal do PT, que acontece no dia 29 deste mês. "Talvez estejam nos usando para ganhar votos", avaliou. Apesar das reclamações, ele pontuou que "tem gente boa no meio" do diretório municipal do PT, "incluindo o seu presidente Paulo Teixeira". O vereador também fez críticas à administração municipal quanto à condução do planejamento para as eleições municipais do ano passado. Segundo ele, não houve debate para discutir uma candidatura própria à prefeitura de Salvador. "Nós não fizemos uma reunião para discutir as eleições municipais, para evitar que a bancada fosse diminuída. Não planejou nada, mesmo com as pesquisas mostrando que a cidade tem preferência pelo PT", lembrou. Questionado sobre se as discussões internas podem trazer problemas à sigla, Teixeira preferiu amenizar: “Penso que temos questões mais importantes dentro do partido”.