Advogado de Cunha diz que cassação criará ‘precedente de linchamento’
Por Rebeca Menezes
Foto: Reprodução / TV Câmara
O advogado Marcelo Nobre, que defende o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentou convencer os parlamentares que a cassação de seu cliente pode criar um precedente perigoso para os próprios membros da Câmara. Em seu discurso de defesa, feito na sessão desta segunda-feira (12), Nobre alegou que não havia provas de que Cunha mantinha contas no exterior, apenas Trusts, e que o ex-presidente da Casa não poderia perder seu mandato antes de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "O que vemos aqui nesta casa hoje é uma guilhotina posta em cima da mesa. Uma guilhotina com nome e sobrenome. Chama-se precedente de linchamento. [E] este precedente de linchamento que se encontra hoje aqui servirá como precedente para vários outros", alertou. “Esse precedente ainda vai aniquilar muitos inimigos políticos. Porque quando não houver provas para se aniquilar um inimigo, o precedente estará aberto”, reforçou. O advogado alegou, ainda, que o STF determinou que delações não são provas por si só. "Como é que o Conselho de Ética e a Comissão de Constituição e Justiça desta casa já concluem coisa que nem o Supremo concluiu? Ou vão condenar sem prova?", questionou.