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'A Osba não está mais tocando repertório sinfônico', diz maestro, sobre déficit de músicos

Por Luana Ribeiro

 'A Osba não está mais tocando repertório sinfônico', diz maestro, sobre déficit de músicos
Foto: Maurício Serra / GOVBA
A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) realizará neste domingo (28), às 17h, na Igreja de São Francisco, no Pelourinho, um “concerto-protesto” (clique aqui e saiba mais). De acordo com o maestro Carlos Prazeres, em entrevista ao Bahia Notícias, com a formação atual, a orquestra perde seu caráter sinfônico – o efetivo mínimo é composto por 12 primeiros violinos (incluindo spalla), 12 segundos violinos, 10 violas, 8 cellos e 7 contrabaixos, enquanto a Osba está com 5 primeiros violinos, 4 segundos, 4 violas, 6 cellos e 7 contrabaixos. Para piorar o cenário, neste domingo, quando ocorre a abertura da temporada 2016 da série Manuel Inácio da Costa, dois músicos desfalcam o grupo: a spalla, Priscila Plata Rato, que deixa a orquestra definitivamente em março, e o violinista Rogério Fernandes. “Neste concerto, excepcionalmente, ela teve um problema sério de tendinite, então esse abandono acabou sendo antecipado; e um violinista, o Rogério Fernandes, teve que fazer uma cirurgia por conta de um cálculo renal. Agora são três violinos. O que era uma temeridade para fazer um concerto, tornou-se impossível”.



O maestro Carlos Prazeres / Foto: Adenor Gondim / GOVBA

Para “se virar” e “não deixar o público sem nada”, a Osba fará adaptações: o próprio maestro fará uma peça em oboé. Com o déficit de musicistas, a apresentação será camerística, ou seja, com peças de câmara, feitas para poucos instrumentos. “A Osba não está mais tocando repertorio sinfônico, não pode tocar uma sinfonia de Beethoven, por exemplo”, explica. De acordo com o maestro, a Osba aguarda soluções do governo do Estado para o problema, que passam pela seleção de novos músicos e a criação de um plano de reestruturação da orquestra. “Infelizmente, a gente nunca teve o quadro ideal. Em 2013, a gente chegou quase perto, por conta de uma residência, ainda que em um regime paliativo, já que a residência acabou em 2014 e os músicos foram embora”, avaliou Prazeres. “O secretário de Cultura, Jorge Portugal, nos disse que a Osba seria uma prioridade em 2016. Não é uma questão de, no auge da crise brasileira, que a Osba se torne a primeira orquestra do país. É uma questão de sobrevivência, de ela existir ou não. A Osba teve um aumento de 192% do seu público. É preciso que a gente surfe nessa onda”, concluiu.