'Nordeste forte é projeto de governo, não é eleitoral', diz Bellintani sobre programa de Aécio
Por Lucas Cunha
Foto: Bahia Notícias
Salvador é a cidade escolhida pela campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB) para dar partida a uma iniciativa que pode ter impacto direto nas chances de chegar ao Palácio da Alvorada, o Nordeste Forte, plano que o senador mineiro lança na capital baiana na manhã do dia 23 com o objetivo de traçar um plano de desenvolvimento para a região. Para sua elaboração, Aécio contou com a ajuda do secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, indicado por um dos principais apoios de Aécio na região, o prefeito ACM Neto (DEM). “Este é um projeto de desenvolvimento do Nordeste, que vai aprofundar as coisas que já deram certo nas últimas décadas e criar novas perspectivas. A região ainda está muito aquém da média nacional no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por mais que tenha avançado, demoraria, no ritmo que vai, uns 40, 50 anos para alcançar a média atual brasileira. A gente quer que o Nordeste venha se fortalecer antes disso. O Nordeste Forte é um projeto de governo, não é eleitoral”, disse Bellintani em entrevista ao Bahia Notícias durante o lançamento do Prêmio Caymmi. O secretário soteropolitano indica que a linha a ser defendida pela chapa encabeçada por Aécio não vai deixar de considerar o avanço na região durante a gestão petista, mas inclui que esta é uma linha evolutiva iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso. “É preciso reconhecer que isso é um fato contínuo nas últimas duas décadas. Quando você olha o mapa do IDH, houve um avanço significativo em relação a média do País. O que a gente defende é que precisamos de um novo salto, aprofundar as políticas de transferência de renda. A integração do Nordeste está paralisada”, avalia.
Projeto Nordeste Forte, da campanha de Aécio Neves, vai propor soluções para cada microrregião nordestina. Foto: Max Haack | BN
Ainda segundo Bellintani, o foco do Nordeste Forte será mostrar que o projeto de governo do PSDB consegue entender e vai propor soluções para cada microrregião nordestina. “O plano absorve 14 eixos de desenvolvimento, todos com uma perspectiva integrada, com um olhar para as microrregiões. Por exemplo, uma desoneração fiscal linear tende a ter efeitos muitos dispersos, pode atingir uma indústria calçadista no Rio Grande do Norte e não atingir o polo turístico em Porto Seguro. São necessárias soluções muito diferentes. Por isso essas visitas de Aécio na região não serão apenas necessariamente em áreas de grande volume eleitoral, mas áreas importantes para o desenvolvimento das regiões”. Os votos dos nove estados do Nordeste são um dos grandes gargalos dos tucanos para evitar a reeleição da presidente Dilma. Em 2010, a candidata petista obteve 18,4 milhões de votos no Nordeste, contra 7,7 milhões de Serra, maior diferença entre todas regiões brasileiras.