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Nascido em Itaparica, vida e obra de João Ubaldo Ribeiro se misturam à ilha

Por Luana Ribeiro

Nascido em Itaparica, vida e obra de João Ubaldo Ribeiro se misturam à ilha
Fotos: Divulgação
Tema e cenário de parte de sua obra, Itaparica se confunde com seu filho mais ilustre, o escritor João Ubaldo Ribeiro. “Eu sou Itaparica”, admitiu, em entrevista à Terra Magazine. Foi na Biblioteca Juracy Magalhães Jr., na ilha, que ele escreveu Viva o Povo Brasileiro, clássico que completa 30 anos em dezembro deste ano, e O Sorriso do Lagarto. Em torno da mesma biblioteca, uma programação cultural pública comemora seu aniversário, no dia 23 de janeiro, que é celebrado com importância de data cívica. Apesar de morar no Rio de Janeiro desde 1991, ele era visto constantemente na cidade, ao jogar dominó na praça com os amigos da região e conversar no Bar de Espanha, citado em suas crônicas semanais nos jornais. Sem se limitar apenas a comentar a vida e os costumes locais, se posicionava sobre os interesses e problemas de sua terra natal. Após protestos referentes à morte de um jovem em 2008, com queima de pneus depois do enterro, João Ubaldo reclamou da chegada da violência ao município e ao clima de insegurança. “É um choque, é a terra onde eu nasci, dormia de janela aberta!”, afirmou.

O escritor também se manifestava contra a implantação da Ponte Salvador-Itaparica, em fase de estudos. “O impacto ambiental é brutal. Porque não vai sobrar uma touceira em Itaparica, com certeza. Seja da especulação imobiliária rica, querendo construir... Como diz um amigo meu, de ironia, 'eu não sossego enquanto ainda não me bater com essa orla aqui da Ilha toda cercada de arranha-céus...' Não duvide, não: condomínios de luxo junto à favela, que é um padrão brasileiro”, opinou, por acreditar que o empreendimento transformaria sua cidade em “um subúrbio”de Salvador. Assim como o governo do Estado e da prefeitura da capital o município de Itaparica decretou luto de três dias por conta de sua morte. Em nota de falecimento divulgada na manhã desta sexta, é mencionado, além de “sua extensa obra”, seu “exemplo invejável de comportamento cívico, através do seu senso critico em relação ao nosso país”. “Itaparica amanheceu triste”, inicia o comunicado. Com informações do Estadão e do jornal O Globo.