AL-BA: Oposição pede vista e votação de proposta que antecipa royalties do petróleo é adiada
Por Rodrigo Aguiar
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
Após trocas de acusações, solicitações de verificação de quórum e obstrução dos oposicionistas, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza ao Executivo baiano antecipar R$ 400 milhões por ano, até 2018, dos royalties do petróleo (veja aqui), foi adiada nesta quinta-feira (2), após pedido de vista do deputado Carlos Gaban (DEM), vice-líder da minoria. O objetivo do governo é utilizar o montante referente aos royalties para cobrir o rombo da Previdência estadual, calculado em cerca de R$ 2,3 bilhões para 2014. Durante a sessão, parlamentares da oposição acusaram o líder da maioria, deputado Zé Neto (PT), de mentir sobre uma possível responsabilidade do ex-governador Paulo Souto no déficit. “O líder do governo tenta passar uma inverdade para a opinião pública. Quer creditar o rombo à oposição”, afirmou Bruno Reis (PMDB).
“Não vejo porque o líder [Zé Neto] fala inverdades. Para refrescar a memória e dar a informação correta, temos que dizer o seguinte: quem colocou R$ 450 milhões na Previdência no último ano do seu governo foi Paulo Souto. E quem pegou o dinheiro [da Caixa Econômica Federal] e não devolveu foi César Borges, que faz parte do grupo de Wagner atualmente e de quem o nome está sendo omitido. Quem pagou no outro governo foi Paulo Souto. Foi ele quem fez o aporte”, reiterou Gaban. O democrata ainda lançou um desafio ao petista, ao sugerir que o governo retirasse de tramitação o projeto caso a minoria tivesse razão. Para se defender, Zé Neto subiu à tribuna. Durante seu discurso, não se retratou, mas evitou bater de frente com a oposição. “Quando coloquei a questão de Souto, foi porque ele tinha ido para a imprensa falar como se não tivesse responsabilidade. Paulo Souto não tem autoridade para falar sobre previdência”, disse. Sobre a discussão referente ao dinheiro colocado no fundo estadual previdenciário, Zé Neto desconversou: “Eu disse que ele [Souto] tinha colocado recursos insuficientes”.