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Após falência de construtora, Caixa cobra taxas de compradores de condomínio com obras paradas

Por Carol Prado

Após falência de construtora, Caixa cobra taxas de compradores de condomínio com obras paradas
Foto: Reprodução
Quase três anos se passaram desde que o condomínio Reserva Alto Verde, localizado no bairro do Trobogy, em Salvador, começou a ser construído. Outros dois já decorreram após a data em que as primeiras unidades deveriam ter começado a ser entregues aos moradores. De lá para cá, uma sucessiva série de acontecimentos tem acalorado um embate entre os adquirentes, ainda sem posse de seus respectivos apartamentos, e a Caixa Econômica Federal, que financiou parte da execução através do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Isso porque, em junho de 2012, as obras foram suspensas depois que a incorporadora responsável pelo projeto, MDA Construtora, declarou falência oficial. Pela legislação específica, o empreendimento passaria, então, ao menos provisoriamente, às mãos da estatal, que, à época das vendas, assegurou a conclusão da edificação através do seu selo de garantia. A jornalista Ana Paula Santos, compradora de um dos imóveis, no entanto, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que a instituição financeira ainda não apresentou soluções para o problema e, para piorar, continua cobrando taxas mensais, mesmo com as obras paradas. “A Caixa teria até janeiro de 2013 para trocar a construtora, mas não fez isso e não informou quando vai fazer. Já realizamos diversas reuniões com representantes da estatal e eles só transferem o compromisso sobre a substituição da empresa para os moradores. Como a gente vai fazer isso? Nós só compramos os imóveis, não temos expertise para assumir essa função”, argumentou. Contatado pelo BN, o gerente regional do banco, Adelson Prata, confirmou a versão apresentada pela adquirente. Segundo ele, a Caixa não tem “aparato legal” para destituir a companhia falida e empossar outro grupo. “Estamos nos reunindo com advogados para discutir a destituição, mas, de acordo com a lei de incorporação, o banco não tem poder legal para tirar a MDA. Isso tem que ser feito pelos compradores, após aprovação em assembleia e processo cartorial”, explicou. 
 

O gerente regional da Caixa diz que "é dos moradores" a responsabilidade de destituir a construtora falida. (Foto: Divulgação)
 
No dia 18 de outubro, porém, após três processos coletivos movidos pelos lesados contra a instituição, o juiz titular da 3ª Vara, Pompeu de Souza Brasil, expediu decisão para determinar que a Caixa “dê imediato prosseguimento aos trâmites para a substituição da construtora (...) no prazo máximo de 45 dias, sob pena de multa diária”. Dois dias depois, o procurador da República Domênico D’Andrea solicitou que uma representação coletiva com 47 assinaturas protocolada no Ministério Público Federal passasse a compor a Ação Civil Pública de nº 19970-58.2013.4.01.3300. Em decisão liminar, a magistrada Arali Maciel Duarte já havia estabelecido a interrupção instantânea da cobrança de todas as taxas e prestações até a finalização do imbróglio, o que deve ser cumprido “em breve” pela empresa pública, segundo Prata. “A taxa nada mais é do que os juros sobre o financiamento habitacional contratado pelos moradores”, definiu. “A suspensão é devida e vamos realizá-la em função do pleito deles. De qualquer forma, é importante salientar que a Caixa também está tomando prejuízo com essa história”, reclamou o gestor. 
 

Como deveria ser o condomínio, caso a incorporadora responsável não tivesse declarado falência em junho de 2012. (Imagem: Divulgação)
 
Sobre o assunto, Ana Paula diz que a promessa de paralisação do recolhimento se prolonga desde o dia 24 do mês passado. “Em reunião, o gerente regional disse que não entendia porque as taxas estavam sendo cobradas e garantiu a suspensão. Depois disso, houve reajuste no valor e, no dia 14 de novembro, informei à Caixa que o dinheiro ainda estava sendo debitado. Me deram um prazo de 15 dias para a interrupção. Hoje [29], recebi a informação de que o assunto ainda está sendo avaliado”, relatou a compradora, que se diz “desrespeitada” pela instituição. “A gente se programou financeiramente quando comprou o imóvel. Agora, temos que pagar juros, prestação e aluguel. Eu nem sei como caracterizar isso. É muito incoerente”, lamentou.