Após demissão, Florence nega guardar mágoas de Dilma e do PT gaúcho
Por Patrícia Conceição
Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
Nada de choradeira nem alfinetada na primeira entrevista concedida pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, nesta quarta-feira (14), após exoneração do cargo. Demitido pela presidente Dilma Rousseff na última sexta (9), o baiano fez a linha moderada ao falar sobre a saída da pasta e seu sucessor, Pepe Vargas (PT-RS), que toma posse no final desta manhã. “Dilma me disse que precisava do cargo e o sentimento em relação à presidente é de agradecimento. Isso eu falo de coração. Não é uma oportunidade corriqueira um deputado recém-eleito assumir um cargo de ministro”, amenizou em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102.5. Florence, que durante o bate-papo elencou suas realizações à frente da pasta – entre elas a Rede Brasil Rural e o aumento de recursos para a reforma agrária – também evitou críticas aos correligionários gaúchos, apontados como responsáveis por derrubá-lo do ministério. “Não tenho mágoa com o PT do Rio Grande do Sul. Se eu tivesse diria. Isso faz parte da dinâmica política”, ponderou. Apesar das recentes saídas dos baianos Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades) e José Sérgio Gabrielli (Petrobras), o petista preferiu não corroborar com a ideia de que o estado perdeu espaço no governo Dilma, mas reconheceu que os interesses da Bahia correm o risco de serem jogados para escanteio. “Na Bahia, a melhoria na vida do povo é sensível, há um alinhamento político muito concreto entre o governo federal e estadual, mas, de fato, a política é feita também de representação. [...] Eu reconheço que os órgãos representam interesses, muito normalmente interesses regionais. Alguns órgãos são, digamos assim, quase estaduais. Mas há como fazer isso com imparcialidade”, acredita. Resta agora ao deputado licenciado voltar à Câmara Federal, em Brasília, e “continuar fazendo política para melhorar a vida do povo baiano”, segundo suas pretensões. “Vamos reassumir o mandato de deputado federal e seguir a vida”, concluiu.
