Cid: Por ter mais pobres, Nordeste pode se sair melhor de crise
Por Rafael Rodrigues
Foto:Max Haack/ Bahia Notícias
O índice de miséria e a desigualdade social, problemas crônicos do Nordeste do Brasil, podem ser motores para o maior desenvolvimento da região, conforme avaliou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), em sua participação no projeto “Diálogos Capitais – O Nordeste do Século XXI”, realizado nesta terça-feira (6) no Hotel Deville, em Salvador. Em sua tese, Cid Gomes destaca que o prolongamento da crise financeira internacional que atinge a Europa e os Estados Unidos desde 2008 devem agravar ainda mais o reflexo na economia brasileira, já que estes países, junto com a China, representam o maior mercado exportador do país. “O nosso crescimento vai ter de se voltar para o mercado interno. Isso pode ser colocado como demérito porque o Brasil tem muita pobreza ainda, mas por outro lado é oportunidade”, vislumbrou. Em uma equação que conta com uma maior abrangência de programas sociais como o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo e o investimento em obras públicas como fator de geração de empregos, Gomes acredita que uma parcela dos cerca de 20 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza podem impulsionar o consumo. “E no Brasil o mercado mais potencialmente crescente é o do Nordeste. Porque é mais pobre, porque tem mais pessoas excluídas do mercado de consumo”, salientou. A vantagem do estado que administra frente o resto do país foi sustentada pelo governador ainda com um argumento inusitado: “O cearense se apega a oportunidade de trabalho como a oportunidade de sua vida e com isso o índice de produtividade são superior aos das demais regiões”.