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População de Nova Viçosa cobra ativação de museu Krajcberg; Ipac mantém prazo

Por Matheus Lens

População de Nova Viçosa cobra ativação de museu Krajcberg; Ipac mantém prazo
Foto: Reprodução/RotasAle

A população do município de Nova Viçosa cobra que o último pedido do artista plástico e ativista polonês, naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg, seja cumprido pelo Governo do Estado da Bahia. Antes da sua morte, em 2009, o ativista assinou uma escritura doando seus bens com mais de 48 mil itens e cerca de 50 hectares do sítio Natura, antigo ateliê onde vivia, ao Governo do Estado da Bahia, na época representado por Jaques Wagner, pedindo para transformar o espaço num instituto cultural. Frans faleceu no dia 15 de novembro de 2017 e até o momento não teve seu pedido atendido.

 

A população reclama que as obras do artista foram retiradas da cidade para serem expostas no Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia (MuBE), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural da Bahia (Ipac). A exposição vai até o dia 31 de julho e tem curadoria de Diego Matos, curador-chefe do Museu. Depois do MuBE, a mostra segue para a reinauguração do Museu Wanderley Pinho, em Candeias, região metropolitana de Salvador, onde serão concluídas a catalogação, preservação e restauração do acervo, antes das peças retornarem para o sítio Natura, em Nova Viçosa.

 

"Frans foi um homem muito sofrido que, quando chegou em Nova Viçosa, ficou encantado, fez sua casa em cima de uma árvore, produzia e vivia feliz. A preocupação dele era o que aconteceria com suas obras depois da sua morte, e por isso ele fez essa doação ao Governo do Estado da Bahia. Ele achava que esse seria o melhor lugar para preservar todo seu acervo e até hoje isso não aconteceu. É muito triste o que está acontecendo", afirma uma moradora do município.

Foto: Felipe Gesteira

 

No testamento, o artista plástico estabeleceu uma série de exigências ao estado, entre elas, assumir a execução das obras de conclusão das instalações do Museu Artístico e Ecológico, criado por ele, em 150 dias após o registro da escritura. Treze anos após a doação, feita em 2009, o projeto ainda não saiu do papel. Em nota o Ipac respondeu que “a doação do acervo só foi oficializada em 2017, após a morte do artista". "O trabalho de catalogação das obras, suspenso na pandemia, somente foi retomado em 2022. O processo de desenvolvimento dos equipamentos necessários para revitalização está em curso, bem como a adequação técnica dos espaços do sítio Natura. A previsão é de que o trabalho seja concluído em dezembro, quando as obras deverão retornar ao local”, afirma.


O artista chegou à velhice se dizendo decepcionado, sem ver seu desejo materializado, segundo expressou em documentário produzido por Renata Rocha. "Nunca tive ajuda do estado da Bahia, que ultimamente não me dá nem bom dia. Que tristeza", diz o artista em sua casa em Nova Viçosa, já com a saúde debilitada, em um trecho do filme. A declaração ocorreu um ano antes de morrer no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.