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Chefe de gabinete que furou fila da vacinação era motorista de ambulância, diz prefeitura

Chefe de gabinete que furou fila da vacinação era motorista de ambulância, diz prefeitura
Imagem: Vídeo/ Prefeitura de Prado

Após críticas e questionamentos, a Prefeitura de Prado, cidade no interior da Bahia, se pronunciou sobre o caso do servidor que furou fila na vacinação contra a Covid-19. O chefe de gabinete do município, Nailton Batista de Oliva, foi um dos primeiros a ser vacinado com a Coronavac e participou até do vídeo de divulgação da administração municipal.

 

 

A escolha, no entanto, repercutiu mal, já que as poucas doses disponíveis exatas 1.360, de acordo com a prefeitura , são destinadas aos profissionais na linha de frente do combate ao coronavírus e a idosos em instituições de longa permanência.

 

Com isso, a gestão publicou uma nota nas redes sociais para esclarecer sua versão sobre os fatos e isentar os servidores envolvidos de culpa. "Não será este fato isolado que irá macular a imagem da administração municipal no combate à pandemia da Covid-19", ressalta.

 

No texto, a prefeitura pontua que antes de ser nomeado chefe de gabinete, no último dia 4, Oliva atuava como motorista de ambulância. "Se percebe que desde a nomeação o referido servidor sempre esteve vinculado à Secretaria de Saúde de Prado até quando passou a desempenhar a função de chefe de gabinete, recentemente".

 

A gestão usa esse argumento para dizer que a enfermeira Viviane Silva Jesus, "em razão de já conhecer o Sr. Nailton e considerando a longa e extensa convivência que manteve com o mesmo", decidiu aplicar a vacina nele. "Registre-se que não houve má-fé da enfermeira, não houve intenção clara e manifesta da mesma em burlar a ordem de prioridade da vacinação, nem muito menos utilizou o Sr. Nailton do referido momento para se envaidecer por ter recebido a vacina da Covid-19", defende, acrescentando que desde o início da pandemia ele esteve na linha de frente. 

 

"O servidor em questão trata-se de homem correto, sério e jamais recebeu qualquer tipo de reprimenda ou advertência nos seus mais de 50 anos de serviços prestados ao município de Prado", complementa a prefeitura.

 

Mas o fato ainda pode render dor de cabeça à gestão municipal. Isso porque passar na frente dos grupos prioritários da vacinação pode ser considerado crime. De acordo com o advogado Luiz Gabriel Neves, especialista em Direito Penal, a depender do caso, infrações do tipo podem ser enquadradas como prevaricação, corrupção ativa ou passiva (saiba mais aqui).

 

O prefeito de Candiba, por exemplo, furou fila com a justificativa de que pretendia "incentivar a vacinação". Ele se tornou alvo de ações de improbidade civil e pública (veja aqui) ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). (Atualizada às 10h48 para acrescentar o vídeo)