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Ipirá: Entidades acusam família de discriminação por não usar nome social de mulher trans em enterro

Ipirá: Entidades acusam família de discriminação por não usar nome social de mulher trans em enterro
Foto: Reprodução/Google Maps

Entidades que defendem o direito das pessoas trans divulgaram uma carta em que denunciam prática de discriminação contra a mulher trans Kethley Santos, natural de Ipirá e morta em Salvador, que não teve o nome social respeitado durante o funeral.

 

O documento é assinado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Associação dos Estudantes Ipiraenses (Aeipi), Associação Brasileiroa de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Associação Baiana de Travestis, Transexuais e Transgêneros em Ação e o Coletivo de trans pra frente.

 

De acordo com a carta, Kethely foi morta a tiros na madrugada de quinta-feira (11) na capital baiana. O corpo foi transferido para a cidade natal da vítima, mas o anúncio sobre a morte na cidade baiana, feito por familiares, não divulgou a morte respeitando nome social de Kethely.

 

"Ao noticiar o falecimento, alguns parentes, professoras, professores e conhecidos

seus de Ipirá estão desrespeitando seu nome e sua existência enquanto mulher,

enquanto pessoa trans", diz trecho da carta.

 

O documento ainda elenca as dificuldades enfrentada por pessoas trans na cidade. "É muito complexo discutir questões de gêneros e sexualidades e o respeito às identidades de pessoas trans e travestis em Ipirá. Uma cidade no Sertão Baiano que ainda é fortemente ordenada pelo crivo moral religioso-cristão e submetida à uma dinâmica política oligárquica. O desconforto e o medo de andar pelas ruas, acompanha as existências das pessoas trans, em qualquer cidade, seja no interior ou nas capitais. Porque nenhum lugar é seguro para pessoas trans e travestis", diz um dos parágrafos da carta.

 

As entidades citam dados de violência e homicídios de pessoas trans contabilizados pela Antra. De acordo com o texto, em 2019 a entidade registrou  124 casos notificados de assassinatos de pessoas trans e travestis. Desse total, 82% eram pessoas negras. As informações de 2020 também são citadas, a carta informa que nos dois primeiros meses deste ano foram 38 notificações de assassinatos de pessoas trans.

 

Por fim o texto faz um apelo à sociedade para reforçar o combate a transfobia.