Porto Seguro: Zona Azul gera 'boicote' de estacionamento; prefeitura defende mudança
por Francis Juliano

Desde que a Zona Azul foi implantada em Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, no começo desta semana, ruas do centro da cidade têm ficado vazias. A queixa é que com a cobrança do estacionamento [R$ 4 a hora para carros com placas de outras cidades e R$ 2,80 por hora para placas da cidade] moradores que usam carro para se dirigirem ao centro deixaram de frequentar o local.
Nesta quinta-feira (17), um protesto que envolveu comerciantes, motoristas e comerciários tomou o plenário da Câmara de Vereadores. Os donos de lojas reclamaram da queda das vendas, e os motoristas, do preço do estacionamento. Um comerciante da Avenida Getúlio Vargas, que preferiu não se identificar, declarou ao Bahia Notícias que as pessoas têm deixado de estacionar no centro.
“Ninguém está estacionando. É uma forma de protesto, de repudiar esse preço abusivo. Se você for em Eunápolis a 63 quilômetros daqui é R$ 2 e aqui chegar a R$ 4”, reclamou. Ele conta que com a zona azul o custo na cidade fica ainda maior. Porto Seguro é conhecida por aplicar preços altos em combustíveis. “Porto Seguro tem o preço de gasolina entre os mais caros do país. Desse jeito vou vender o carro e andar de Uber”, afirmou.
Procurada pelo Bahia Notícias, a prefeitura de Porto Seguro declarou que a Zona Azul praticada no município está dentro do preço cobrado em outras cidades. “O valor é R$ 2,80 na primeira hora, caindo para R$ 2,10 na segunda hora. Em Salvador é R$ 3 a hora. Os R$ 4 são para quem tem carro com placa de fora”, disse Josemar Siquara, chefe de gabinete da prefeita Cláudia Oliveira.
Na verdade, na capital baiana o custo é de R$ 3 para 2 horas de estacionamento, R$ 6 por 6h e R$ 9 por 12h. Para efeito de comparação, 12h estacionadas em Zona Azul em Porto Seguro custam R$ 25,9 para moradores. Para turistas, pagando a tarifa verde (R$ 12 por 4h), ficaria R$ 36 por 12 horas de carro parado.
Siquara declarou que a implantação do estacionamento foi pensada para liberar espaço no centro. “Nós tínhamos uma cidade que ninguém podia ir ao centro. Era um volume de veículos que tomava conta de tudo”, afirmou. A gestão local declarou ainda que poderá fazer ajustes caso “sejam necessários”, como no horário. “O horário ficou das 6h às 20h, mas o pessoal tá (sic) reivindicando até às 18h. A gente vai avaliar”, considerou.
Na alta estação, a previsão é que o horário de cobrança da Zona Azul seja das 8h às 24h. Josemar Siquara ainda disse que o incômodo gerado já era esperado. “Esse impacto a gente entende como natural, mas não há até o momento nenhuma reclamação de turista”, finalizou.
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