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Entrevista

Fernando Brito, prefeito de Cairu

Por Alexandre Galvão/ Fernando Duarte

Fernando Brito, prefeito de Cairu
Fotos: Julia Belas/ Bahia Notícias
Prefeito de Cairu, Fernando Brito (PMDB) tem de administrar uma das áreas turísticas de mais importantes da Bahia: o Morro de São Paulo. Prefeito de primeiro mandato, Brito conta, em entrevista ao Bahia Notícias, que espera uma “parceria maior” da secretaria de Turismo. “Tenho quase certeza que a secretaria de Turismo vai contribuir para que a gente melhore”, espera. Com um deputado estadual eleito pelo Baixo Sul – Hildécio Meireles – há esperança, também, para maiores investimentos na região, apesar do prefeito e do deputado estarem afastados por questões políticas. “Contribuí para a eleição dele e este mandato é um marco para a região. Com essa eleição, eu acredito que os olhares para a região sejam outros”, afirmou. Apesar de ser do PMDB, Fernando não concorda com a direção estadual da legenda e apoiou a presidente Dilma Rousseff no segundo turno. “O PMDB, a nível nacional, é aliado. Existe essa divergência aqui na Bahia, mas eu não comungo com isso, com essa posição dupla. Eu não concordo com isso e não vou trilhar com esse pensamento”, finaliza.

Final de ano e as prefeituras passam por uma processo natural de arrocho. Como está a situação de Cairu? 
O nosso maior potencial é o turismo. Temos o Morro de São Paulo, que tem mais de oito mil leitos, mais de 100 mil pessoas vão lá todos os anos. Para o réveillon a expectativa é maior ainda. Temos investido também na saúde. Mudamos dos posto de saúde para as unidades básicas de saúde.  Lá em Morro temos atendimento com médico 24 horas, em Boipeba temos uma unidade nova de saúde. Em Gamboa temos uma unidade moderna, em Cairu uma nova será inaugurada logo, logo. Implantamos o atendimento pediátrico. Temos a “ambulancha”, que dá socorro rápido às pessoas que precisam nos povoados. Em Valença se implantou uma casa de apoio ao paciente de Cairu, para a pessoa que precisa ficar na Santa Casa de Valença é abrigada ali, com almoço, janta. Para Salvador também temos transporte direto para cá, as pessoas dormem na casa de apoio. Temos uma estrutura muito grande.

O que se planeja para Réveillon e Carnaval? 
Réveillon estamos esperando entre oito a dez mil pessoas em Morro. Temos um esquema especial com as equipes de saúde, com as polícia civil e militar – com apoio da prefeitura. Os nosso guias estão constantemente sendo capacitados, temos uma preocupação com a limpeza. O Morro produz sete ou oito toneladas de lixo no réveillon e temos uma equipe pronta para isso. O carnaval... vamos sentar com uma equipe e definir as atrações. A gente investe no Carnagamboa, que é o nosso forte. 

O que tem sido feito na Cultura? 
Estamos com um trabalho de resgate. Temos a festa do Reisado de São Benedito e estamos inovando, trazendo as manifestações culturais dos distritos. Muito se perdeu no curso do tempo, mas muita coisa tem sido revivida. Temos uma diversidade enorme. Uma novidade é que estamos trabalhando, desde o ano passado, com os esportes. Estamos levando diversas modalidades para disputar campeonatos em Morro. Já tivemos polo aquático, rugby, futevôlei. Além disso, queremos que tudo isso deixe um legado para o Morro. No passado tínhamos, em Cairu, as regatas. Hoje pensamos nas regatas e tomamos como modelo as regatas Salvador-Maragogipe. A primeira edição foi no ano passado e agora estamos na segunda edição. A gente vai aumentando, a cada ano, o investimento.


Nessa eleição o senhor apoiou Rui Costa, apesar de ser do PMDB. Como é que fica a situação com o partido?
No primeiro turno eu fiquei com Paulo Souto. No segundo turno da eleição de presidente, eu fui convidado por Rui Costa e, após uma conversa, ele me pediu para apoiar a presidente Dilma Rousseff aqui na Bahia para que a votação dela fosse aumentada. Tomei essa posição como forma de me aproximar do governo do Estado e no primeiro turno, ela teve 49% dos votos em Cairu, no segundo turno ela teve 72%.
 
Como é que fica a sua relação com Geddel, por exemplo, que faz oposição a Dilma?
Olha, o PMDB, a nível nacional, é aliado. Existe essa divergência aqui na Bahia, mas eu não comungo com isso, com essa posição dupla. Eu não concordo com isso e não vou trilhar com esse pensamento.
 
Na última eleição municipal, o senhor disputou com um candidato do PT. Isso não te incomoda? 
Eu me sinto à vontade. Existe uma pré-disposição dos candidatos a não criarem inimizades. Hoje já sentamos para conversar, estou à vontade. Imagino que, até lá na frente, há uma possibilidade de composição.
 
Como é que o senhor vislumbra a eleição de Hildécio Meireles, ex-prefeito de Cairu e primeiro representante do Baixo Sul, na Assembleia Legislativa? 
Em virtude das minhas últimas decisões políticas, nós estamos afastados. Mas claro que contribuí para a eleição dele e este mandato é um marco para a região. Com essa eleição, eu acredito que os olhares para a região sejam outros. Mesmo após esse afastamento político pelo qual estamos passando. Conheço o deputado há mais de 20 anos, conheço o potencial dele... espero que exista um entendimento para que não se deixe um briga da PMDB e PT se traduzir em coisas que deixem de acontecer na região. Estou esperançoso.
 

A região do Baixo Sul, principalmente Morro de São Paulo, é um dos maiores polos turísticos da Bahia. O acesso ao Morro é feito, basicamente, por três vias: 1) via atracadouro; 2) BA-001 e; 3) Catamarã. As três apresentam problemas. Como o município de Cairu está se articulando para solucionar esses problemas? 
Infelizmente esses problemas perduram. A ligação Cairu-Valença está em processo de recuperação, mas é lento. O atracadouro, há dois ou três meses, sofreu com uma chuva que afundou o píer e está até o momento sem ele. A empresa que está administrando colocou umas escadarias que ajuda, mas embarca de forma precária. No final do ano fica complicado, as secretarias do estado não têm mais recursos..., mas, logo em janeiro, eu pretendo marcar uma audiência com o governador e explicar essa situação. O Morro está em terceiro lugar em destino turístico. Os números não são do Morro. São do turismo da Bahia. Vamos pedir um olhar diferenciado.
 

Como o senhor vê a indicação de Nelson Pelegrino para a pasta de Turismo?
Tomei como surpresa. Mas busco olhar pelo outro lado... ele tem uma relação boa com a nossa região, ele é bem votado lá e o bom é que ele já conhece a região e as nossas necessidades. Tenho quase certeza que a secretaria de Turismo vai contribuir para que a gente melhore.
 
Com relação à taxa de Preservação Ambiental. É uma questão polêmica, que as pessoas reclama muito. Como está a condição jurídica da taxa? 
A gente ouve algumas reclamações, mas o fato não é real. Poucas pessoas reclamam. A pessoa que vem do Rio ou São Paulo, não vai deixar de ir ao Morro por pagar uma taxa de R$ 15. A discussão da taxa ainda está no Tribunal de Justiça da Bahia, embora tenhamos um aparato muito grande que justifica a cobrança. A lei que prevê a cobrança diz que os recursos serão destinados para a recuperação do meio ambiente, então não podemos usar para recuperar pontes e outros equipamentos. O Ministério Público tem fiscalizado de perto essa questão, temos um fundo para esse dinheiro e essa conta já tem mais de R$ 2 milhões de reais. Mas fazemos investimos grande como desassoreamento de rios, tratamento de lixo...
 
E para 2016, prefeito, já está pensando em algo?
A gente vai virar o ano, esses são os últimos dois anos de gestão. Eu sou contra a reeleição, mas, se não acontecer nenhum atropelo – com tribunal, questionamentos – a tendência natural é ir para a reeleição.