“Não trato de 2026 e não tive mais contato com ACM Neto”, diz prefeito de Luís Eduardo Magalhães
O prefeito de Luís Eduardo Magalhães, no Extremo Oeste, Junior Marabá (PP), voltou a falar sobre o futuro político e sobre a relação marcada por críticas com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. No início do ano, declarações do gestor contra o ex-aliado repercutiram e mostraram um mal-estar entre os dois.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o gestor, que migrou para a base do governador Jerônimo Rodrigues, disse que mantém a avaliação feita e que as colocações se tratavam de uma “análise política”. Desde então, Marabá não mantém diálogo com Neto.
Reeleito com 83% dos votos, Junior Marabá afirma que não está envolvido em articulações eleitorais e que a prioridade é concluir o mandato, mesmo admitindo o gosto de concorrer para deputado federal no próximo ano.
Na conversa, o prefeito também detalhou as ações da gestão em áreas como segurança pública, educação e sustentabilidade, e comenta como vê a sucessão dele em 2028. Confira a entrevista abaixo:
Qual é a principal novidade da gestão municipal para quem está de fora da realidade de Luís Eduardo Magalhães?
Fui a Salvador participar de uma cerimônia de premiação de uma emissora em parceria com o Instituto Acla, que avalia as estatísticas dos municípios. Fiquei muito satisfeito com o reconhecimento. Luís Eduardo Magalhães foi considerada a cidade com a melhor gestão pública da Bahia entre municípios acima de 100 mil habitantes. Isso mostra que estamos entregando resultados concretos e melhorando a qualidade de vida da população.
Essa premiação zera o trabalho ou aumenta a pressão sobre o senhor?
Aumenta a responsabilidade. Fui reeleito com 83% dos votos e agora reconhecido como melhor gestor da Bahia em 2025, mas isso não significa que esteja tudo pronto. Ainda temos muito a fazer. Cada área da gestão tem uma primeira fase, que já cumprimos, e agora entramos na segunda etapa.

Foto: Luiza Barbosa / Bahia Notícias
Que avanços a educação tem nesse segundo mandato consecutivo?
Já estruturamos a base: merenda de qualidade, combate à desnutrição infantil, kits e uniformes escolares, mochilas, materiais e tênis. Tudo isso será entregue novamente em 2026. Agora vamos avançar na área técnica, como educação financeira nas escolas e ensino complementar para as provas de avaliação.
E na área ambiental, quais são os próximos passos?
Na primeira etapa construímos um aterro sanitário, criamos ecopontos e plantamos cerca de dez mil mudas. Agora vem a segunda fase. A recuperação da área degradada do antigo lixão e a coleta seletiva eficiente, envolvendo moradores, escolas e empresas.
O senhor tem falado muito sobre segurança pública. Como tem sido essa atuação municipal?
Embora a segurança seja responsabilidade do Estado, as cidades são onde a vida acontece e precisamos garantir liberdade, bem-estar e acesso aos espaços públicos. Em Luís Eduardo, conseguimos criar um ambiente seguro para que as pessoas aproveitem a cidade.
Que ações tornaram isso possível?
Foram duas frentes. Investimento forte em segurança. Com isso, dobramos o efetivo da Guarda Municipal com concurso. Equipamos e armamos toda a corporação. A Guarda passou a proteger vidas, e não apenas patrimônio. A parceria com a Polícia Militar foi reforçada. Depois, tem também a questão da Inclusão social, com programas de qualificação profissional, esporte e cultura nas comunidades, com judô, balé e outras modalidades. Trabalhamos também a assistência social. Por exemplo, em situações de alagamento, oferecemos apoio com a entrega de móveis novos às famílias afetadas. Também promovemos a distribuição de cestas básicas e o acompanhamento para inserção no mercado de trabalho. E outra coisa. Segurança pública não se faz só com armas nem só com ações sociais. É o equilíbrio das duas coisas que permite que hoje qualquer pessoa ande em Luís Eduardo com o celular na mão, a qualquer hora. Eu mesmo pedalo com meus filhos pela cidade inteira.

Foto: Luiza Barbosa / Bahia Notícias
Houve um episódio em que o senhor criticou ACM Neto, seu ex-aliado, neste ano e desde então a relação entre o senhor e ele ficou estremecida. Como ela está hoje?
Quando estive aqui no começo do ano, fiz algumas análises políticas que incluíam críticas ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Ele respondeu nas redes sociais, mas desde então não tive contato com ele. Não participei de reuniões e não estou tratando de pleitos eleitorais para 2026. O que fiz foi uma análise da conjuntura. Participei do processo de 2022 e, com base naquela experiência, comentei sobre os cenários de 2022, 2024 e possíveis desdobramentos para 2026. Foi basicamente isso, uma reflexão política
Como o senhor vê o tabuleiro político da Bahia para 2026?
Acredito que só começará a se definir no próximo ano. O governo do estado está com uma base fortalecida, fruto de muito diálogo. A oposição enfrenta mais dificuldades porque está fora desse campo. E ainda há influências do cenário nacional. Estive em um evento em São Paulo ouvindo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é um nome cotado nacionalmente, e tudo isso mexe no quadro. Sou um político de direita, mas que respeita opiniões diversas. Meu estilo é o diálogo. E tenho uma relação muito boa com o governador Jerônimo Rodrigues.
A região do Oeste tem baixa representação política tanto em nível de Assembleia Legislativa como Câmara dos Deputados. O senhor pretende concorrer como deputado em 2026?
Eu gostaria muito de ter sido candidato a deputado, mas decidi concluir meu mandato. A população demonstrou que queria isso. Às vezes não fazemos o que queremos, mas o que precisa ser feito. Depois de 2028, nas eleições de 2030, ainda é cedo para qualquer análise. Meu foco agora é terminar bem a gestão.
Já existe um sucessor definido para 2028 em Luís Eduardo Magalhães?
Ainda não. Isso precisa acontecer de forma natural, sem imposição. Para 2028, precisamos de alguém que a população reconheça como capaz de representar a cidade. Temos bons nomes no grupo e isso será construído de maneira orgânica.
