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Entrevista

Débora Regis reclama de “herança” de Moema e diz que vai procurar governador para fazer obras de mobilidade em Lauro

Por Maurício Leiro / Francis Juliano

Débora Regis reclama de “herança” de Moema e diz que vai procurar governador para fazer obras de mobilidade em Lauro
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

A prefeita de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Débora Regis (União), ainda reclama da chamada “herança maldita”, deixada pela antecessora e ex-aliada Moema Gramacho (PT). Em entrevista ao Bahia Notícias, Debinha, como também é conhecida, fez um balanço dos seis meses de mandato e revelou que ainda enfrenta dificuldades para superar os problemas que encontrou ao assumir.

 

Segundo a gestora, o trabalho até agora focou em reestruturar finanças e equipamentos, como escolas e postos de saúde, que estavam “abandonados”. Ela relata que, em uma das unidades de ensino, havia apenas 15 cadeiras. Entre os trunfos, elencou um programa de saúde para reduzir a regulação dentro do município, que já está em andamento. Débora Régis também prometeu que vai procurar o apoio de adversários, como o governador Jerônimo Rodrigues (PT), com vistas a fazer obras estruturantes, especialmente focadas em mobilidade - um dos principais calos históricos da cidade. Veja abaixo a entrevista:


Prefeita, chegamos na metade do primeiro ano de gestão. Queria que a senhora fizesse um balanço desse primeiro seis meses. 

Débora Régis: Bom, primeiro nós pegamos uma cidade com muitas dívidas. Tive que fazer algumas negociações com a Previdência, com a Receita Federal... Muitas coisas ficaram da gestão passada que a gente está administrando. Esse ano está sendo bem desafiador. Desde janeiro até aqui, a gente vem arrumando a casa, organizando as finanças. 

 

Houve avanços em algumas áreas?

Nós já avançamos em várias áreas, inclusive na saúde, em que a gente começou fazendo um programa chamado "Fila Zero". Nós pegamos uma demanda reprimida muito grande. Na regulação, tinham pessoas precisando fazer ultrassom com dois, três, quatro anos. Começamos a fazer o Fila Zero primeiro na Itinga. Depois, já fomos para Vida nova. Agora está no Centro. Depois vamos para Portão, Areia Branca, Jambeiro e Capelão, e vamos cobrir toda Lauro de Freitas, totalizando até o final do programa 90 mil procedimentos realizados entre consultas e exames. Já ampliamos os postos de saúde, colocamos todos os profissionais como também os medicamentos que estavam faltando. Então toda essa parte de atenção básica, nós já organizamos. Nunca na história de Lauro de Freitas se fez a descentralização de laboratório. Antes, tudo era feito somente em um local, na Itinga. 


E na educação? 
No caso da educação, para você ter ideia, havia escolas com apenas 15 cadeiras. Precisamos avançar muito também na educação, mas diante do caos, com escolas completamente sucateadas, sem quadros, sem bebedouros... Nós já conseguimos adquirir 80 bebedouros industriais para a gente colocar nas escolas. Então, a gente está trabalhando mesmo, tirando leite de pedra. Mas lembrando de que a cidade estava abandonada há 20 anos. Então não são sete meses que a gente vai conseguir fazer tudo. 


E o caixa da prefeitura, como está agora?
Estamos organizando a parte financeira do município, porque a cidade do jeito que está indo pode inclusive fechar [o ano] no vermelho. Só de dívidas, nós pagamos R$ 83 milhões. Despesas do exercício anterior. Por isso, eu peço à população um pouco mais de paciência. Pegamos a cidade sem ter contrato nenhum. Agora, por exemplo, a gente está finalizando alguns contratos de manutenção da cidade. Esse período de chuva não tem como fazer tapa-buraco. Mas assim que finalizar esse período de chuva, nós vamos entrar com tudo. Fazendo o tapa-buraco, mas ainda mais que isso, com recapeamento de algumas avenidas. 


Prefeita, o que a senhora tem pensado sobre projetos futuros, sobre ações que teriam mais a cara da sua administração?
Sobre isso, eu tenho há algum tempo solicitado uma reunião com o governador do estado para tratar sobre mobilidade urbana, sobre o transporte do município, além também disso referente à duplicação da Rua Dr. Gerino de Souza Filho, que é uma obra estruturante, uma obra que está orçada em quase R$ 150 milhões e que, logicamente, o município vai precisar do governo federal, vai precisar do governo estadual - e eu inclusive estou em busca dessa reunião. O governador está lá para atender os 417 municípios. O município não tem como fazer 100% com verba própria. Então, irei, sim, atrás do governador. Além disso, nós vamos fazer toda a reestruturação do hospital Jorge Novis, que já tem dez anos parado. Não se faz cirurgia ali. Tem também algumas ruas que nós vamos já pavimentar, provavelmente ainda neste ano. Nós teremos a Arena Aquática que vamos inaugurar ainda neste mês. Nós vamos fazer praças ainda este ano, campos de futebol também ainda este ano. Então, tem um planejamento financeiro para a gente começar a fazer ainda esse ano. Agora, logicamente, as obras mais estruturantes a gente só consegue começar a fazer no próximo ano.

Rua Dr. Gerino de Souza Filho liga a Via Metropolitana à Estrada do Coco | Foto: Google Maps


E a relação política da prefeita com a Câmara? Como tem sido lidar com os vereadores?
Olha, nós sabemos que são poderes independentes, mas a Câmara tem nos ajudado muito, tem contribuído muito através do presidente, Juca, e os vereadores têm essa sensibilidade. Sabem que o município está passando por uma fase bem complicada, bem difícil, e a maioria está apostando e acreditando nesse novo governo.