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Uso de tecnologias de suporte ao trabalho dos práticos se torna cada vez mais frequente

Uso de tecnologias de suporte ao trabalho dos práticos se torna cada vez mais frequente
Foto: Divulgação

O Brasil possui 175 instalações portuárias de carga ao longo de quase 7,5 mil quilômetros de costa. Atualmente, os portos são responsáveis por cerca de 95% do comércio exterior do país e movimentam, em média, R$ 293 bilhões por ano. Apesar da extensão da costa e do intenso movimento portuário, um número muito pequeno chama atenção.

 

De acordo com um documento divulgado pela IGP&I, a Associação Internacional de Clubes de Proteção Mútua dos Armadores, o índice de acidentes com práticos em manobras é de apenas 0,002% no Brasil. O percentual é similar ao observado em países com infraestrutura e recursos superiores, como os Estados Unidos. Mas quem são esses profissionais tão qualificados e essenciais para a segurança e funcionamento dos portos e, consequentemente, da economia do país?

 

Os práticos são profissionais capacitados para conduzir embarcações durante as manobras de atracação e desatracação nos portos e durante a travessia de áreas que apresentam restrições à navegação ou que sejam sensíveis para o meio ambiente. São necessários experiência e conhecimentos técnicos relacionados a navegação, a manobra de navios, além das peculiaridades topográficas e marítimas locais e do fluxo de embarcações.

 

No último dia 13 outubro, pudemos acompanhar uma situação que, sem a participação crucial da praticagem, certamente levaria a um grande desastre ambiental. Um navio-tanque carregado com 290 mil toneladas de óleo cru apresentou uma falha da máquina logo depois da desatracação, no terminal aquaviário da Petrobras – Almirante Maximiano da Fonseca (Tebig), na Baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis. Um prático, então, realizou uma manobra de emergência para afastar a embarcação ao máximo do terminal e mantê-la em posição segura. Como a distância do terminal era muito pequena, não havia espaço para o petroleiro girar livremente sem o risco de uma colisão. Mais de 6 horas se passaram até o restabelecimento da máquina e consagração do sucesso da operação.

 

É necessário ressaltar ainda que as limitações geográficas dos portos precisam ser respeitadas, por isso diversas instalações portuárias do mundo estão preocupadas com o crescimento acelerado dos navios. Apenas na última década, a capacidade de carregamento dos navios de contêineres cresceu 100%.

 

Ao oferecer suporte ao setor portuário brasileiro, novas tecnologias têm potencial para agregar muito e ampliar nossa competitividade. Já são 27 portos ao redor do mundo aprimorando suas operações, com ganhos de eficiência e segurança, a partir do uso de tecnologias, como PPUs (portable pilot units) e boias virtuais.

 

O i4cast®, software desenvolvido pela i4sea, é um exemplo de ferramenta que pode ser utilizada no apoio à tomada de decisão dos práticos. Com ele, é possível calcular a Folga Abaixo da Quilha (FAQ) dinâmica com até sete dias de antecedência, uma vez que considera as influências das condições de mar e tempo, dimensões, carregamento e velocidade para cada navio específico. O i4cast® também possui uma ferramenta de análise dos melhores horários para as atracações e desatracações de navios, oferecendo suporte ao planejamento assertivo das operações portuárias.

 

*Bruno Balbi é graduado em Oceanografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e CEO na i4sea

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias