Toffoli diz que diretor e BC não são investigados no caso Master e defende urgência de acareação
Por Nathalia Garcia | Folhapress
O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que nem o Banco Central nem o diretor Aílton de Aquino (Fiscalização) são investigados em acareação sobre o caso Master e defendeu urgência para realização da audiência, prevista para a próxima terça-feira (30).
Por meio de um recurso chamado embargo de declaração, o BC tinha solicitado que Toffoli informasse se Aquino foi chamado para a audiência do STF na condição de testemunha, acusado ou pessoa ofendida.
O STF decidiu fazer uma acareação entre Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, com a presença do diretor do BC Ailton de Aquino. A acareação está marcada para 30 de dezembro, penúltimo dia de 2025, em pleno recesso do Judiciário. A audiência deve começar às 14h.
No despacho, o ministro ressaltou que a participação de Aquino é de "especial relevância" na audiência. O objetivo é confrontar versões sobre o processo de tentativa de venda do Banco Master para o BRB e identificar possíveis irregularidades na atuação operacional de gestores e órgãos reguladores.
A investigação apontou que, antes mesmo da formalização do negócio, o Master teria forjado e vendido cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado para o BRB --R$ 6,7 bilhões em contratos falsos e R$ 5,5 bilhões em prêmios, o valor que supostamente a carteira valeria, mais um bônus.
"Tendo em vista que o objeto da investigação tange a atuação da autoridade reguladora nacional, sua participação nos depoimentos e acareações entre os investigados é de especial relevância para o esclarecimento dos fatos", escreveu.
Segundo Toffoli, o impacto do caso Master sobre o sistema financeiro justifica a urgência na realização das oitivas. O BC questionava a celeridade demandada por Toffoli a ponto de agendar uma acareação durante o recesso judicial, antes mesmo de qualquer depoimento ter sido prestado.
