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Mercosul criará comissão para coordenar estratégias de combate ao crime organizado

Por Nathalia Garcia | Folhapress

Mercosul criará comissão para coordenar estratégias de combate ao crime organizado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Mercosul aprovou, em Foz do Iguaçu (PR), a criação de uma comissão responsável pela coordenação de estratégias para fortalecer o combate ao crime organizado nos países do bloco.
 

O plano responde ao avanço de facções criminosas na região e à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em ofensiva contra a Venezuela sob a justificativa de combate ao narcotráfico.
 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, neste sábado (20), os líderes de Argentina, Javier Milei, Paraguai, Santiago Peña, e Uruguai, Yamandú Orsi, para a cúpula do Mercosul.
 

Recém-empossado, o presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, não participará do evento. Por outro lado, estará presente o presidente do Panamá, José Raúl Mulino –país que formalizou no fim de 2024 sua entrada como membro associado no bloco sul-americano.
 

A criação da comissão, que se reunirá periodicamente, foi deliberada pelas delegações de Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai em reunião do Grupo Mercado Comum, às vésperas da cúpula. Também chegou-se a um acordo de cooperação para fortalecer o combate ao tráfico de pessoas.
 

A ideia é coordenar uma estratégia comum de combate ao crime com iniciativas envolvendo diferentes órgãos, como Ministério da Justiça, Ministério Público e Polícia Federal.
 

A atuação das facções criminosas em áreas de fronteira já havia sido tema de reunião de autoridades do Mercosul, em novembro, no Ministério da Justiça, em Brasília. Na ocasião, foi debatida a criação da comissão da estratégia contra o crime organizado transnacional.
 

O tema tem ganhado ainda mais espaço na agenda do governo Lula diante da ofensiva de Washington, com uma mobilização militar sem precedentes na costa venezuelana, sob o pretexto de enfrentamento a cartéis que enviam drogas aos Estados Unidos.
 

No início de dezembro, Lula defendeu em conversa telefônica com Trump uma cooperação com os americanos no combate ao crime organizado internacional.
 

Segundo o Palácio do Planalto, em nota, Lula "destacou recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado e identificou ramificações que operam a partir do exterior".
 

Ainda de acordo com o comunicado, o presidente dos EUA mostrou disposição em trabalhar com o Brasil neste tema.
 

Como mostrou a Folha de S.Paulo, autoridades brasileiras apontam que a Bolívia se tornou refúgio para grandes narcotraficantes da América do Sul. O PCC (Primeiro Comando da Capital), que já tinha integrantes e aliados na região, tem buscado ampliar seus negócios, consolidar sua presença e exercer domínio territorial.
 

A Bolívia é considerada estratégica por ser o principal hub de entrada da pasta-base de cocaína produzida no Peru.
 

A discussão entre os países do Mercosul também dialoga com a agenda doméstica do governo Lula. O percentual de brasileiros que veem na segurança pública o principal problema do país chegou a 16%, mostra o mais recente levantamento do Datafolha. Em 2026, devem ser votados no Congresso Nacional a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança e o PL (projeto de lei) Antifacção.