Juros em linha de crédito para compra de caminhão vão variar de 13% a 14%, diz Alckmin
Por Luany Galdeano | Folhapress
A nova linha de crédito para compras de caminhões novos e seminovos vai variar entre 13% e 14%, segundo anunciou nesta sexta-feira (19) o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Os percentuais ficam abaixo da taxa média para a venda de caminhões, que gira em torno de 22%. De acordo com Alckmin, o juro elevado dificultava a aquisição de veículos mais caros e pesados, o que coloca em risco o emprego na indústria e no comércio. O percentual também ficará abaixo dos 15% da Selic, a maior desde 2006.
"Os juros ficarão entre 13% e 14% e serão mais baratos quando se renova o caminhão. Eu pego um caminhão com mais de 20 anos de uso e faço a reciclagem, o descarte para ajudar a renovar a frota de veículos. Isso é importante para o meio ambiente, porque caminhões mais antigos são muito poluentes, e para a saúde pública, porque uma das principais causas de morte no Brasil é acidente."
A linha de crédito para financiar a compra de caminhões foi autorizada em medida provisória na terça-feira (16). A nova linha terá, ao todo, R$ 10 bilhões para aquisição de veículos, dos quais R$ 4 bilhões serão disponibilizados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e R$ 6 bilhões, pelo Tesouro Nacional. O objetivo é viabilizar a concessão dos empréstimos a taxas subsidiadas, abaixo do custo de mercado.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou nesta sexta-feira (19), em reunião extraordinária, a linha de crédito, com resolução para regulamentar o financiamento.
Os juros anuais máximos variam de acordo com a classificação de risco, entre 13,32% e 14,89%. As taxas também serão menores para operações que comprovem encaminhamento de veículo para desmontagem e reciclagem.
As operações poderão ser cobertas pelo FGI (Fundo Garantidor de Investimentos), com garantias de até 80% do valor financiado. O financiamento de caminhões novos será permitido somente para veículos de fabricação nacional. Os seminovos também precisarão comprovar conteúdo local.
A composição entre o dinheiro repassado pelo Tesouro e os recursos próprios do BNDES resultará no que os técnicos chamam de "blend", uma mistura entre fontes subsidiadas e de mercado. As linhas do BNDES serão operacionalizadas por instituições credenciadas.
Caminhoneiros são importantes aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que sugere um aceno do governo Lula à categoria, às vésperas das eleições de 2026.
Segundo a Fazenda, a medida visa enfrentar a idade média elevada da frota de caminhões, além de responder ao enfraquecimento no setor de caminhões, após queda na produção e vendas ao longo de 2025.
