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Marca Bahia Notícias

Notícia

Lula pressiona por neutralidade de MDB e PSD com ultimato sobre apoio em 2026

Por Folhapress

Lula pressiona por neutralidade de MDB e PSD com ultimato sobre apoio em 2026
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula (PT) busca pelo menos a neutralidade dos partidos que integram o governo ao fazer um ultimato aos ministros sobre o lado em que estarão na disputa de 2026. A intenção, segundo aliados, é evitar a composição de alianças formais à direita.
 

Na mira dos governistas, neste primeiro momento, estão o MDB e o PSD. Essa estratégia dependerá da definição de candidaturas de oposição, sujeitas a mudanças em caso de lançamento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no ano que vem.
 

Nesta quarta-feira (17), na última reunião ministerial do ano, Lula afirmou que ministros e partidos terão que decidir que projeto defendem para o país à luz do que ele fez pelo Brasil em comparação com os governos passados —o que chamou de "a hora da verdade".
 

"Ano que vem é o ano em que a gente tem a oportunidade, não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro, cada partido que vocês participam, vai ter que estar no processo eleitoral e vai ter que definir de que lado está. Será inexorável as pessoas definirem o discurso que vão fazer", disse.
 

Em seguida, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) apresentaram as ações do governo em contraposição à gestão de Jair Bolsonaro (PL).
 

De acordo com colaboradores do presidente, Lula quer saber quem estará ao seu lado durante a eleição de 2026. Apesar de contar com o apoio de ministros, a cobrança se estenderá aos ocupantes de cargos dos segundos escalões para fidelizar o apoio partidário.
 

A ideia é se valer das indefinições sobre candidaturas da direita para ampliar o número de apoiadores nos partidos de centro com a consolidação de palanques nos estados.
 

Caberá à ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucional) concluir um mapeamento dos padrinhos políticos desses ocupantes de cargos. Essas vagas poderão ser usadas para agregar mais apoio nos estados, com a exoneração de simpatizantes de Bolsonaro.
 

A manutenção da candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência servirá como justificativa para trazer à tona críticas ao governo de seu pai, que acabou derrotado por Lula em 2022.
 

Em meio à disputa entre expoentes da oposição, articuladores do governo Lula trabalharão para consolidar apoios regionais na tentativa de impedir a consumação de alianças nacionais em apoio à candidatura Tarcísio, que ainda é considerado pelo PT o adversário mais provável do presidente.
 

Essa estratégia avança no MDB, cuja ala paulista defende apoiar o governador de São Paulo. Mas acertos regionais deverão forçar a neutralidade da sigla. Lula tem como aliados alguns dos principais diretórios do partido, em especial no Norte e Nordeste, como Pará, Alagoas, Maranhão e Ceará.
 

Além disso, outras tratativas estão em curso. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o PT discute retirar a candidatura ao Senado para apoiar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), caso ela decida concorrer no estado. A única condição seria que ela não endossasse publicamente a reeleição do governador, hoje filiado ao PP e apoiador de Bolsonaro.
 

Abraçado pelo presidente nacional do PT, Edinho Silva, o esforço de neutralização do PSD dependerá do destino político de Tarcísio, que tem o presidente do partido, Gilberto Kassab, na equipe de governo.
 

Embora afirme que deverá apoiar Tarcísio, Kassab também cita os nomes dos governadores Ratinho Júnior (PR) e Eduardo Leite (RS) como potenciais candidatos à Presidência, caso o governador de São Paulo decida não concorrer. O apoio a Flávio no primeiro turno está descartado.
 

Além disso, a estratégia de Kassab vai depender do que Tarcísio reservará a ele em sua eventual campanha presidencial. Kassab não esconde a intenção de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes com apoio do governador, mas bolsonaristas se opõem à candidatura e o MDB pretende lançar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, para essa vaga.
 

A situação do PSD em Minas Gerais também tem sido citada como exemplo de contradição. Mesmo com Alexandre Silveira (Minas e Energia) no governo, o PSD filiou em outubro o vice-governador de Romeu Zema (Novo), Matheus Simões, e anunciou que ele será o candidato do partido a governador.
 

Integrantes do PSD avaliam, sob reserva, que o caso de Minas Gerais é mais um indicativo de que Kassab deve, no máximo, deixar o partido neutro, com cada estado em uma situação diferente. Na Bahia, por exemplo, é esperado que o PSD esteja no palanque do petista.
 

Emedebistas, por sua vez, avaliam que o recado de Lula foi direcionado ao PSD, já que Kassab passou a fazer movimentos mais explícitos de oposição e de apoio a uma candidatura presidencial de Tarcísio. Em relação ao MDB, dizem que a tendência já é de neutralidade e que os ministros do partido farão campanha para o presidente independentemente da posição da legenda.
 

Integrantes do PT afirmam que o cenário hoje é mais favorável do que na eleição anterior, quando MDB lançou Tebet para a Presidência e o PSD ficou neutro nos dois turnos. Mas, nos estados, políticos de ambas as siglas fizeram campanha pela eleição de Lula.
 

"Acredito que na eleição de agora será maior o apoio, com a força que o governo tem", diz o deputado Zeca Dirceu (PT-PR). Ele ressalta que, com a eleição mais próxima e os principais projetos já aprovados no Congresso, o Executivo terá mais força para remanejar sua equipe. "Nos primeiros anos da gestão, o governo exerceu essa força de forma mais singela, para evitar romper a relação", opina.
 

Já Republicanos, PP e União Brasil seguem com a tendência de lançar ou se aliar a uma candidatura presidencial de oposição a Lula, mesmo com postos no governo petista. O PP afastou o ministro do Esporte, André Fufuca (MA), de cargos de direção, mas evitou um rompimento. Ele trabalha para ser candidato ao Senado com apoio de Lula no Maranhão.
 

O União Brasil expulsou o ministro do Turismo, Celso Sabino, e indicou outro nome para o posto, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mantém a indicação dos ministros da Integração Nacional e das Comunicações, além do comando de estatais como a Codevasf. A sigla tem deixado nas mãos do próprio governo a definição sobre a troca desse e de outros cargos escolhidos por políticos do partido.