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Marca Bahia Notícias

Notícia

Lula abre Cúpula de Líderes da COP30 e defende superação de combustíveis fósseis e reversão de desmatamento

Por Vinicius Sassine, João Gabriel e Gustavo Zeitel | Folhapress

Lula abre Cúpula de Líderes da COP30 e defende superação de combustíveis fósseis e reversão de desmatamento
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu na manhã desta quinta-feira (6) a Cúpula dos Líderes, que antecede a COP30, em Belém. Em seu discurso, ele defendeu a superação da dependência dos combustíveis fósseis e a reversão do desmatamento da amazônia. Também repetiu críticas ao sistema da ONU e aos países mais ricos.
 

Lula disse ser necessário "se afastar dos combustíveis fósseis", embora tenha pressionado o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) pela concessão da licença que autoriza a Petrobras a iniciar perfurações para checar a viabilidade da exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
 

Já o desmatamento da amazônia caiu em 50% durante seu terceiro mandato, revertendo uma tendência de alta em anos anteriores.
 

"Apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de um mapa do caminho para reverter desmatamento e superar dependência dos combustíveis fósseis", disse Lula. "É justo que seja a vez dos amazônidas de indagar o que está sendo feito pelo resto do mundo para evitar o colapso de suas casas."
 

O presidente disse que a COP30 é um retorno da convenção do clima ao "país onde nasceu", em referência a Eco-92, cúpula feita no Rio em 1992.
 

Lula defendeu o Acordo de Paris, costurado há dez anos para limitação da elevação de temperaturas. O teto a ser perseguido pelos países é uma alta de 1,5°C na comparação com os níveis pré-industriais, mas a ONU já reconheceu que esse limite será ultrapassado.
 

O presidente disse em seu discurso que o legado de COPs passadas será preservado, em referência a acordos como para limitação e transição de combustíveis fósseis. Afirmou ainda existir um "falso dilema entre prosperidade e preservação" e que "interesses egoístas e imediatos preponderam sobre o bem comum".
 

Como já fez em outras instâncias multilaterais, Lula criticou a ONU, afirmando que "o regime climático não está imune à lógica de soma zero que tem prevalecido na ordem internacional". Repetiu ainda falas contra países ricos e defendeu que o tema da mudança climática precisa estar atrelado a questões de desigualdade social e de gênero.
 

"A mudança do clima é resultado das mesmas dinâmicas que, ao longo de séculos, fraturaram nossas sociedades entre ricos e pobres e cindiram o mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento", afirmou. "A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva."
 

Lula também afirmou que há um descompasso entre a geopolítica e a urgência climática, e disse que as guerras —sem citar especificamente nenhum conflito— gastam recursos que deveriam ser usados para combater o aquecimento global.
 

Ele também defendeu que o mundo mobilize US$ 1,3 trilhão (cerca de R$ 7 trilhões) em recursos climáticos, e citou o documento elaborado por Brasil e Azerbaijão (sede da COP anterior) que, entre outras coisas, defende taxar fortunas, jatinhos e artigos de luxo e militares para alcançar este objetivo.
 

A reunião de líderes tem o objetivo de apresentar as intenções dos representantes sobre o combate às mudanças climáticas e o financiamento da adaptação verde. Até o final do evento, nesta sexta-feira (7), estão previstos discursos de mais de 130 autoridades, além de entidades multilaterais, como o Banco Mundial e a Agência Internacional de Energia.
 

Em paralelo à plenária, os líderes mundiais debaterão temas como a importância das florestas e do oceano para regulação do clima e manutenção da vida na terra, transição energética, financiamento climático, um balanço dos dez anos do Acordo de Paris e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
 

Proposto pelo Brasil, o mecanismo visa remunerar nações que preservem sua vegetação nativa e é uma das principais apostas para a COP30. O lançamento ocorreu logo depois da sessão, em um almoço oferecido pelo governo brasileiro a chefes de Estado. A Noruega e a França fizeram anúncios de investimentos, elevando o total já anunciado a US$ 5,5 bilhões. O fundo seria composto por US$ 125 bilhões, sendo US$ 25 bilhões vindos de investimentos de países e US$ 100 bilhões do capital privado.
 

A Cúpula dos Líderes é considerada um evento preparatório para a COP, que se inicia na capital paraense na próxima segunda-feira (10) e se estende até o dia 21.