Na ONU, Milei elogia Trump e diz que violência política da esquerda também ocorre na Argentina
Por Douglas Gravas | Folhapress
Javier Milei caminhou até o púlpito das Nações Unidas para fazer seu discurso com a confiança renovada, 24 horas após o forte apoio político recebido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um sinal que ele buscava para tentar conter a crise interna de confiança no seu governo.
Na manhã desta quarta-feira (24), o presidente da Argentina disse na ONU que a imigração "indiscriminada" por razões políticas e fez elogios à postura do governo de Donald Trump a esse respeito. "Os EUA entendem que é o momento de discutir uma questão que estava levando o país à catástrofe", disse.
"Nunca acompanharemos a restrição das liberdades individuais e comerciais ou a violação dos direitos naturais dos cidadãos dos Estados-membros, e votamos de acordo", seguiu o líder argentino.
Milei criticou políticos que classificou como "populistas", dizendo que eles apelam para a inveja e o ressentimento e em favor de um Estado que explora a população.
"Atualmente, em todo o mundo se planteia uma contradição entre presente e futuro [...], é preciso encontrar um equilíbrio para que o pão de hoje não signifique fome amanhã."
Um dia antes, em um encontro com Trump em paralelo ao evento na ONU, Milei recebeu elogios e apoio do norte-americano. "Ele fez um trabalho fantástico e estou fazendo algo que não costumo fazer: dar a ele todo o meu apoio", disse Trump à imprensa.
O presidente dos EUA destacou que as eleições legislativas nacionais, de 26 de outubro, estão próximas e ele estava confiante de que Milei "se sairá bem" e que seu apoio era uma garantia.
Trump, em seguida, entregou a Milei uma postagem que fez na sua rede Truth Social. "Argentina: Javier Milei é um grande amigo, lutador e vencedor, e tem meu total apoio à reeleição como presidente. Ele nunca os decepcionará", publicou o norte-americano.
O encontro durou minutos, mas foi suficiente para trazer um alívio ao mercado argentino, que enfrentava uma crise de escalada do dólar na semana anterior, após Milei perder as eleições legislativas da província de Buenos Aires, em 7 de setembro.
Além de reafirmar a aliança da Argentina com os Estados Unidos e Israel, o discurso de Milei abordou a soberania argentina nas ilhas Malvinas.
Além de Milei, participaram da viagem aos EUA a irmã do presidente, Karina, o ministro da Economia, Luis Caputo, o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, o ministro da Defesa, Luis Petri, e o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni.
O argentino ainda tem um encontro previsto com a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, e terminará o dia em um evento de gala em que receberá um prêmio do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
O evento ocorrerá no Ziegfeld Ballroom, em Manhattan, onde também estarão presentes outros líderes, como o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente da Fifa, Gianni Infantino.